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Robert Scheidt luta por conquista inédita

Campeão troca classe Star pela Laser e, se ganhar medalha, será o único a ter conquistas em seis Jogos seguidos

Por Clarissa Thomé
Atualização:

Cavalo de xadrez no bolso, a marca da mão do filho mais velho, Erik, de 6 anos, estampada na vela, uma correntinha, presenteada pelos pais, no pescoço. Com todos os seus amuletos, o maior medalhista brasileiro, o iatista Robert Scheidt entra no mar nesta segunda-feira para brigar pela sexta medalha olímpica – ele é dono de dois ouros, duas pratas e um bronze. Serão dez regatas até a definição do vencedor. Se conquistar um lugar no pódio, se tornará o primeiro atleta a conquistar medalhas em seis edições consecutivas nos Jogos Olímpicos.

Pela primeira vez, Scheidt não chega como favorito à competição. Terminou o mundial na décima posição. Após dois ciclos olímpicos competindo na classe Star, teve de voltar à Laser, depois que a categoria anterior foi excluída da Olimpíada. Aos 43 anos, precisou se preparar para um barco que exige mais do físico. Treinou duro. “Estou aqui para brigar de igual para igual. Saio daqui de alma lavada”, afirmou Scheidt.

Robert Sheidt calcula com cuidado o movimento na classe Laser, cujo barco exige mais da força física Foto: Nic Bothma| EFE

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Ele enfrentará o britânico Nick Thompson, de 30 anos, favorito para a prova e bicampeão mundial, o australiano Tom Burton, de 26 anos, o holandês Rutger van Schaardenburg, de 28 anos. “São caras com preparo físico excepcional. Laser sempre exigiu muito, mas o nível de profissionalismo dessa garotada é muito bom”, disse o brasileiro. No feminino, Fernanda Decnop disputa a prova.

Também entram no mar nesta segunda os atletas da categoria RS:X. Ricardo Winicki, o Bimba, ouro no Pan-americano 2015, vai para a disputa com a medalha olímpica engasgada. Bimba brigava pelo ouro em Atenas/2004, mas terminou em quarto. Em Pequim/2008, ficou em quinto. Em Londres, um questionável sorteio de material prejudicou o atleta, que fez sua pior participação olímpica – terminou em nono. Patrícia Freitas, que disputa na mesma categoria, no feminino, também é veterana em Olimpíada. Vai disputar a terceira, depois de quase ter desistido do esporte em Londres/2012, quando também foi prejudicada pelo material inferior.

Agora Patrícia e Bimba competem em casa, nas águas que conhecem desde a infância. Não que isso seja garantia – nos últimos anos, velejadores de todo o mundo passaram longas temporadas. Bimba terá em seu encalço o atual campeão olímpico, o holandês Dorian van Rijsselbergue, o britânico Nick Dempsey, com duas medalhas olímpicas, e o francês Pierre Le Coq, campeão mundial em 2015. Patrícia enfrentará a britânica Bryony Shaw, vice-campeã do mundo, e Maria Alabau, ouro em Londres/2012.

Na terça-feira, começam as regatas da classe Finn, em que Jorge Zariff, primeiro velejador a vencer o mundial júnior e adulto da classe no mesmo ano, representa o Brasil. Na quarta-feira entram no mar as duplas da 470 (a medalhista olímpica Fernanda Oliveira e Ana Barbachan / Henrique Haddad e Bruno Bethlem) e a dupla mista da Nacra 17, a categoria mais rápida da vela, com a medalhista olímpica Isabel Swan e Samuel Albrecht. Martine Grael e Kahena Kunze, maior esperança de ouro brasileiro começam a competir na sexta-feira, 12, na classe 49erFX.

Marco Grael e Gabriel Borges, da mesma categoria, também têm boas chances. As regatas que valer medalha começam a ser disputadas no dia 14.

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A disputa de vela esteve na berlinda durante a preparação olímpica porque o Rio não cumpriu a meta de despoluir a Baía de Guanabara.

Ecobarcos vão fazer a coleta do lixo flutuante junto às raias de competição, para evitar que os atletas tenham a performance atrapalhada por sacos plásticos e outros materiais presos à quilha. A Marina da Glória recebeu uma galeria de cintura para evitar que o esgoto chegue ao mar naquele ponto.