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Para Rudisha, falta de dinheiro gera problema de doping do Quênia

Campeão olímpico e mundial dos 800 metros, David Rudisha declarou nesta quarta-feira que a falta de recursos financeiros e infraestrutura para testes tornou difícil o combate ao doping nos países em desenvolvimento, como o Quênia, onde nasceu.

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Por Redação
Atualização:

Mais de 40 atletas quenianos testaram positivo para substâncias proibidas nos últimos três anos, o que levou a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) a definir 5 de abril como um prazo para o país aprovar uma nova legislação sobre o assunto. O país corre o risco de ser descredenciado pela Wada, o que o poderia deixar de fora dos Jogos Olímpicos do Rio.

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"Tem sido difícil para o nosso esporte com a turbulência que estamos enfrentando", disse. "Este problema com doping é grande e acho que também pode nos unir, o governo e a federação precisam trabalhar em conjunto com os atletas", acrescentou Rudisha, apontando que a falta de infraestrutura e financiamento para combate ao doping nas nações em desenvolvimento exacerbou o problema.

"Há milhares e milhares de quenianos treinando e apenas alguns deles estão na lista da Wada", disse. "Você pode imaginar o quão difícil é isto. Até agora, dos cerca de 40 atletas quenianos que foram pegos no doping, apenas alguns deles são atletas de elite, dois ou três deles. Então, se você coloca isso em um porcentual da elite, são muito poucos. Mas esses atletas jovens e emergentes são um grande problema, porque eles não são conhecidos, ninguém os conhece e quando chegam lá, competem com um tempo rápido, eles são pegos".

Três dos principais dirigentes da Federação de Atletismo do Quênia foram suspensos pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) em uma investigação sobre o encobrimento de casos de doping. São eles: o presidente da federação queniana Isaiah Kiplagat, o vice-presidente David Okeyo, e o ex-tesoureiro Joseph Kinyua.

Além disso, Isaac Mwangi, ex-diretor-executivo da federação, foi recentemente suspenso preventivamente por 180 dias. Ele é acusado de pedir suborno para reduzir a suspensão por doping de atletas do país.

Rudisha garante que a federação está em conversações com a Wada e a IAAF. "Não temos laboratórios no Quênia, então dependemos de laboratórios internacionais e a maioria deles estão lá para avaliar aqueles que são atletas de elite", disse. "Assim, como ficam os outros que estão treinando e competindo localmente? Ninguém os conhece. É um grande desafio", concluiu o recordista mundial dos 800 metros.