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Scheidt enfrenta ondas de 2m e festeja vice-liderança; holandês já é ouro na RS:X

Velejador brasileiro conseguiu se recuperar na classificação

Por Clarissa Thomé
Atualização:

Ondas de até dois metros, distante da costa, e com ventos fracos. Foram nessas condições difíceis, fora da Baía de Guanabara, que o velejador Robert Scheidt, de 43 anos, conseguiu alcançar o segundo lugar geral na classe Laser, subindo duas posições. Ele fez diferença na primeira regata, quando largou em 20º, mas terminou em quarto. "Há três dias eu estava em oitavo lugar. Foi um milagre", resumiu.

Scheidt velejou na rota Pai, próximo a Itaipu, região oceânica de Niterói. A regata começou às 14h40, com uma hora e meia de atraso, porque os ventos estavam fracos, a 20 km/h. Com ondulações de dois metros de altura, perdeu referência do trajeto das boias. Passou a velejar se guiando pela bússola.

Velejador brasileiro está em segundo na classificação geral Foto: Fábio Motta/ Estadão

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"Consegui velejar melhor, aproveitando as oscilações do vento e recuperei posições, achando caminho mais curto na primeira regata. Uma recuperação difícil de se fazer num nível desse", afirmou Scheidt. "Numa escala de zero a dez de dificuldade, as regatas do dia tiveram grau oito. Precisava de muita concentração para tirar velocidade do barco. Em cima da onda, tinha vento na vela. Embaixo da onda, não tinha. O dia inteiro com vento variando."

Enquanto avançava nestas condições adversas, seus principais adversários fizeram suas piores regatas. O croata Tonci Stipanovic, que continua liderando a prova, ficou em 28º. O britânico Nick Thompson terminou em 24º e o holandês Rutger van Schaadenburg, em 22º.

"Foi um dia muito duro. As piores condições para mim, que não velejo muito nessas ondas grandes. Eu sabia desde o início que Scheidt disputaria medalha. Mas tinha esperança que ele não chegaria tão perto", afirmou Stipanovic.

Na segunda regata, Scheidt terminou em quinto, consolidando-se no segundo lugar. Seus adversários navegaram melhor, e o quadro final foi rearranjado: o australiano Tom Burton passou da quinta à terceira colocação; Thompson ficou em quarto, caindo duas posições, Shaadenburg, terminou em 5º, também descendo duas posições. Neste sábado, eles fazem as duas últimas regatas. Stipanovic, Scheidt e Burton estão com pontuação bem embolada - 47, 50 e 52, respectivamente. A medal race, que vale pontos dobrados, está marcada para segunda-feira. "Amanhã (sábado) será decisivo", disse Scheidt.

RS:X No windsurf masculino, o resultado já é conhecido antes da medal race. O holandês Dorian van Russelbergh já garantiu o ouro. Ele ganhou sete das doze regatas e tem apenas 23 pontos perdidos e já garantiu o ouro. A prata vai para o britânico Nick Dempsey, com 44 pontos. O bronze será disputado pelo polonês Piotr Myzska, pelo francês Pierre le Coq e o grego Vyron Kokkalanis.

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Ricardo Winicki, o Bimba, e Patrícia Freitas, da RS:X masculino e feminino, classificaram-se para a medal race da classe, neste domingo, mas não disputam medalha. Bimba ficou em sétimo lugar geral, com 106 pontos. Distante demais dos primeiros colocados. "Eu sabia que seria muito difícil. Nos últimos treinos, Dorian vinha destruindo todo mundo. Estou satisfeito de estar entre os dez do mundo há doze anos em Olimpíadas, independente do resultado final".

Patrícia, que vinha de boas regatas, caiu da quinta para a nona posição nesta sexta-feira ao fechar o dia com dois 9º lugares e um 8º. Com as adversárias com pontuações bem emboladas nas primeiras seis posições, ela depende de uma combinação grande de resultados para disputar medalhas. Suas chances são remotas. "Os pontos para a medal race estão complicados porque as meninas na minha frente estão com pontos praticamente iguais. As cinco primeiras teriam que tirar último lugar. Isso não vai acontecer", reconheceu.

Nesta sexta-feira, ocorreu a estreia da 49er, classe nova nos Jogos Olímpicos, em que as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze são as favoritas. Elas encerraram o primeiro dia em segundo lugar, atrás das dinamarquesas. Antes de entrar no mar, com mais de duas horas de atraso por causa das condições climáticas ruins, Martine e Kahena se abraçaram, num gesto que não foi repetido por outras competidoras.

"Há umas duas semanas me perguntaram o que eu esperava da Olimpíada e eu disse que esperava que coisas que eu nunca tinha visto na minha vida. E aconteceu. Ontem [nesta sexta] deu vento de oeste. Nunca velejei com oeste tão forte e hoje sem vento o dia inteiro", afirmou. A dupla masculina, Marco Grael e Gabriel Borges, ficaram em 12º lugar.

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Esta sexta-feira foi o dia com maior público na Marina da Glória, com 1.580 pagantes, segundo os organizadores. O público teve de procurar com o que se distrair, depois que as regatas que seriam transmitidas no telão (470 e 49er) atrasaram 2h30 para começar. "Dormimos, caçamos Pokémons", resumiu o estudante Leandro Motta, de 15 anos, praticante de vela na classe Laser, que foi assistir às regatas com um grupo de amigos.

O chileno Andres Ducasse, de 49 anos, estava ansioso para ver os filhos, Andres, de 24, e Francisco, de 19, estrearem na 470 masculino. "Pelo menos o dia ficou bonito, depois de ter começado chuvoso", disse ele, que tentava acompanhar a prova com binóculos. Acompanhado da família, o grupo gritava animado "Chile-le-le".

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