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Seleção Brasileira decepciona e só empata na estreia nos Jogos

Equipe dirigida por Rogério Micale fica no 0 a 0 contra a África do Sul, em Brasília

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Foto do author Almir Leite
Por Almir Leite
Atualização:

Foi apenas a estreia. Foi também uma ducha de água fria no entusiasmo da seleção olímpica o empate por 0 a 0 com a África do Sul, nesta quinta-feira, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. A equipe não fez um bom jogo. Teve muita dificuldade contra um time seguro e bem armado. Deu mostra de que precisa melhorar muito para brigar pela sonhada medalha de ouro. Saiu vaiada de campo, pois ficou devendo.

Neymar, capitão e craque do time, teve atuação discreta. Tentou jogadas individuais, concluiu com perigo a gol, mas ficou longe do que dele se espera. Também precisa evoluir, quem sabe já na segunda partida, domingo, contra o Iraque, também em Brasília.

Neymar lamenta: estreia brasileira decepcionou Foto: Alex Silva/Estadão

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A seleção brasileira já terminou o primeiro tempo vaiada por parte dos torcedores. Uma parte pequena, e a vaia acabou sendo tímida e curta, ofuscada por aplausos. Mas a frustração, medida pelo pouco entusiasmo do torcedor durante quase toda a primeira etapa se justificava.

Criou-se grande expectativa sobre o desempenho da seleção, pelo talento da garotada liderada por Neymar, pela proposta ofensiva do técnico Rogério Micale e pelo otimismo, fruto dos bons resultados dos intensos treinamentos.

Uma das máximas do futebol, no entanto, diz que treino é treino e jogo é jogo. E ela pôde ser usada nesta quinta-feira. A África do Sul foi ao gramado com uma proposta bem simples para conter o time brasileiro: se armou com duas linhas de quatro e dois homens mais adiantados, mas todos posicionados num pequeno espaço.

Assim, encurtou o campo e o congestionou. Deixava a seleção brasileira tocar a bola, mas não abria espaços para que Neymar e companhia pudesse ameaçar com intensidade o goleiro Khune. Propôs ao Brasil um jogo de paciência, dificultado pela ansiedade que talvez o fato de ser a estreia justifique.

O Brasil não conseguia se movimentar – Neymar estava muito estático pela esquerda, de onde tentava jogadas individuais, normalmente infrutíferas -, não chegava em arrancadas, e as tabelas, muito vistas nos treinos, saiam vez ou outra.

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Jogadas em profundidade, pelo meio ou pelos lados, também não foram muitas. Numa delas, Gabriel Barbosa lançou Gabriel Jesus, que não alcançou a bola.

Assim, exceto um chute de Felipe Anderson de fora da área que passou rente à trave, as melhores chances do Brasil foram em duas chutes de Neymar da entrada da área, que Khune desviou para escanteio. No segundo deles, aos 40 minutos, o craque pediu o apoio da torcida, que incentivou por breve tempo.

A África do Sul, a rigor, apesar de ter finalizado numericamente menos, foi mais perigosa, em lances em que o bom toque de bola do time pôde ser observado, mas em que a defesa brasileira, sobretudo os zagueiros de área, vacilou.

O segundo tempo começou ainda pior para a seleção brasileira. Os sul-africanos, confiantes, se soltaram um pouco. A seleção acusou essa maior dificuldade. Perdia bolas seguidas, errava muitos passes e mostrava descontrole, como no lance em que Gabriel Barbosa e Zeca se atrapalharam, e mais uma bola foi perdida.

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O time não produzia em campo, a torcida se irritava nas arquibancadas. Ensaiava as primeiras vaias, quando aos 14 minutos Mvala, que instantes antes havia recebido cartão amarelo, fez falta duríssima em Zeca e foi expulso.

Imediatamente, Micale apelou para o seu plano B, a única alternativa que treinara durante a preparação: colocou o time no 4-2-4, ao trocar Felipe Anderson por Luan. Minutos depois, para tentar dar mais fôlego e poder de marcação, tirou Renato Augusto (jogou mal e saiu bastante vaiado) e pôs Rafinha em campo.

O time se lançou. E se animou. Teve chances com Gabriel Barbosa e Neymar, mas a melhor delas foi num cruzamento de Luan em que a bola passou por Gabigol e Gabriel Jesus, sem goleiro, acertou a trave.

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No entanto, os lances serviram para animar a torcida, que passou a incentivar. Enfim, a seleção havia acordado.

O gol, porém, não saía. Os zagueiros sul-africanos estavam quase perfeitos nos desarmes e nas bolas pelo alto e, quando eram superados, o goleiro Khune segurava tudo.

À beira do campo, Micale se desesperava, gritava, incentivava, mas também reclamava – chegou a ser advertido pelo juiz.

E, algo normal nesses ocasiões, a pressa e a ansiedade bateram. Com o jogo se aproximando do final, as jogadas já não eram mais trabalhadas. A seleção, é verdade, tentou até o fim.

Restou, porém, a decepção do empate na estreia, e o consolo de que foi apenas a estreia.

Na preliminar, Dinamarca e Iraque abriram o Grupo A e ficaram no 0 a 0.

FICHA TÉCNICA

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BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos (William); Thiago Maia, Renato Augusto (Rafinha Alcântara) e Felipe Anderson (Luan); Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus e Neymar.

Técnico: Rogério Micale.

ÁFRICA DO SUL: Khune; Mobara, Mathoho, Coetzee e Mekoa; Mvala, Motupa, Modiba (Ntshangase) e Dolly; Masuku (Morris) e Mothiba.

Técnico: Owen da Gama.

Juiz: Antonio Mateu Laoz (ESP).

Cartão amarelo: Mvala, Thiago Maia e Mathoho.

Cartão vermelho: Mvala.

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Renda: Não fornecida.

Público: Não divulgado.

Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

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