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'Será um desafio', diz presidente do Comitê Paralímpico Internacional sobre organizar os Jogos

Embora o Japão enfrente a quinta e pior onda de coronavírus, o brasileiro Andrew Parsons mostrou segurança quanto ao alcance do evento

Por Andrew McKirdy
Atualização:

Organizar os Jogos Paralímpicos sem a presença de torcedores será um "desafio", afirmou nesta quarta-feira (18) o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), o brasileiro Andrew Parsons, que se mostrou seguro de que o "alcance dos Jogos será incrível". Os Jogos Paralímpicos de Tóquio (24 de agosto-5 de setembro) acontecerão a portas fechadas, assim como os Jogos Olímpicos, anunciaram os organizadores na segunda-feira, devido à situação sanitária no Japão.

Atualmente, o país enfrenta a quinta e pior onda de infecções por coronavírus desde o início da pandemia: pela primeira vez o Japão superou a marca de 20.000 casos diários a nível nacional. A decisão de proibir a presença do público - com exceção de alguns alunos de escolas locais que serão autorizadosterá "um impacto que não podemos minimizar", disse Parsons em uma entrevista à AFP, mas ele acredita que a transmissão pela televisão para todo o mundo permitirá destacar os Jogos Paralímpicos.

Andrew Parsons, brasileiro presidente do Comitê Paralímpico Internacional. Foto: François Guillot/AFP

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"Com certeza, o fato de não termos espectadores nos locais de competição é um desafio, mas acreditamos que podemos alcançar mais de quatro bilhões de espectadores", declarou. "Sempre pensamos que o alcance dos Jogos será incrível. Chegaremos a mais países e a mais pessoas do que nunca", disse o presidente do CPI.

O governo japonês garante que os Jogos Paralímpicos poderão ser celebrados de maneira segura e reiterou o compromisso de organizar o evento. Assim como aconteceu nos Jogos Olímpicos, os 4.400 atletas dos Jogos Paralímpicos terão que passar por exames diários de covid-19 e terão os deslocamentos controlados.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos informaram um balanço de 544 casos positivos entre atletas, integrantes das delegações e profissionais dos meios de comunicação, a maioria deles entre pessoas com base no Japão, e destacaram que não é possível relacionar os casos com infecções da população japonesa.

Integrante da delegação paralímpica australiana passa por teste de antígenos em uma estação especial de quarentena no Aeroporto de Narita. Foto: Japan News-Yomiuri/Washington Post

"A lição principal (dos Jogos Olímpicos) é que podemos organizar os Jogos de maneira segura", declarou Parsons, que deseja "proteger a sociedade japonesa e também nossos atletas. É por isso que não vamos baixar a guarda". Os organizadores dos Jogos Paralímpicos já registraram 58 casos positivos de coronavírus e informaram a detenção de um judoca georgiano suspeito de agredir um funcionário da segurança do hotel em que estava hospedado.

Andrew Parsons garante que os Jogos Paralímpicos não "propagarão o vírus" e serão beneficiados inclusive por uma "onda positiva", como nos Jogos Olímpicos, que atraíram a atenção de milhares de japoneses, apesar da forte oposição popular antes da cerimônia de abertura. "Acredito que a população japonesa ficará orgulhosa, porque organizará um evento que vai mudar o mundo e verá a mesma onda positiva".

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"Estes Jogos serão os Jogos Paralímpicos mais importantes já organizados", concluiu o presidente do movimento paralímpico.

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