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Substância é ‘revolução ilegal’ no esporte

Uso de CERA, terceira geração de eritropoietina, permite que ciclistas sustentem períodos mais longos de pedaladas

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Por Redação
Atualização:

CERA, a droga para a qual o exame antidoping do ciclista olímpico brasileiro Kleber Ramos deu positivo, é a terceira geração de eritropoietina, mais conhecida pela sigla EPO. É a droga que mudou o ciclismo mundial. A CERA e o EPO estimulam a produção de glóbulos vermelhos no sangue. As substâncias influem na capacidade aeróbica do atleta e aumentam sua resistência.

A duração do efeito da CERA no organismo humano tende a ser de 4 a 20 vezes mais longo do que as gerações anteriores de EPO. Dessa forma, os atletas interessados em aumentar sua capacidade de pedalar por longos períodos sem perder o ritmo podem tomar a CERA em intervalos mais longos, de até quatro semanas.

Doping de Lance Armstrong foi escândalo mundial Foto: JEAN-PAUL PELISSIER | REUTERS

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Foi utilizando o EPO que o americano Lance Armstrong venceu sete consecutivos Tour de France, a mais importante e tradicional prova do ciclismo internacional. Várias testemunhas contaram ter visto o médico italiano Michele Ferrari injetar EPO em Armstrong em várias ocasiões.

Com mais glóbulos vermelhos no sangue levando oxigênio às células, o ciclista conseguia sustentar um ritmo inédito de pedalada por seis horas ou mais, mesmo nas etapas mais duras e montanhosas da competição europeia , como nos Alpes e Pirineus.

Em vez de fazer força com marchas mais duras, Armstrong popularizou um estilo que privilegia a alta frequência de giros do pedal. Depois dele – e, indiretamente, graças à EPO –, a cadência média dos ciclistas profissionais passou de 90 rotações por minuto.

Até Armstrong e Ferrari, o doping no ciclismo visava a estimular o atleta ou aumentar sua força, não a resistência.

RIO-2016Kleber Ramos, mais conhecido como Bozó, nasceu há 30 anos em Campina Grande, na Paraíba. Profissionalizou-se em 2010 e, na divisão de ciclistas entre sprinters e escaladores, é considerado um sprinter que “se vira” nas subidas.

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O atleta nunca venceu nenhuma das principais provas do esporte. Os melhores resultados foram vitórias em etapas de provas como Tour de San Luis (2016), Ruta de Americas (2012) e Vuelta del Uruguay (2009). No montanhoso circuito olímpico do Rio de Janeiro, Kleber Ramos não chegou a completar a prova no tempo mínimo estabelecido.

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