PUBLICIDADE

Publicidade

Técnico brasileiro faz campeã e campeão no salto em distância

Por MARCELO TEIXEIRA
Atualização:

O brasileiro Nélio Moura retornará da Olimpíada de Pequim como um dos técnicos mais bem sucedidos no evento, após ter levado atletas seus ao ouro tanto no masculino como no feminino do salto em distância. Nélio é o treinador de Maurren Maggi e também do panamenho Irving Saladino, que vive em São Paulo faz quase quatro anos e ganhou a medalha de ouro na última segunda-feira, a primeira conquistada pelo Panamá na história dos Jogos. O treinador decepcionou alguns jornalistas que o cercaram logo após a vitória de Maurren, nesta sexta-feira, afirmando que não tem nada de novo ou revolucionário no que desenvolve no centro de treinamento de saltos do Ibirapuera, onde também treinam Keila Costa, do salto em distância, e Jefferson Sabino (salto triplo). "Não tem nenhum segredo, não tem nenhum conhecimento que já não esteja disponível por aí", afirmou Moura. "Montamos um sistema que funciona, baseado em informações conhecidas", acrescentou. "O segredo é continuar trabalhando, tentando, perseverando, para quando chegar o momento do atleta ele estar pronto". No caso de Saladino, o panamenho teve grande evolução desde o momento em que começou a treinar em São Paulo. O trabalho culminou no título mundial no ano passado, e na medalha de ouro em Pequim, que o transformou em um herói nacional. O atleta, que namora Keila Costa, foi recebido pelo presidente Martín Torrijos na quinta-feira, quando foi decretado feriado nacional para festejar a conquista. "O Irving já veio para cá como favorito. Ele está em grande forma. No caso da Maurren não. Acreditávamos que umas seis atletas iriam brigar pelas medalhas", afirmou. Sobre a estrutura de que dispõe no Brasil para os treinamentos, ele afirma que não é o ideal, mas também não reclama. "Falta bastante coisa, como falta em todo lugar, mas a gente tem boas condições sim e vai ter condições cada vez melhores, tenho certeza", afirmou. Nélio, que também foi atleta, mas sem grandes resultados, diz que sente satisfação de ver seus atletas triunfarem e, no caso de Maurren, aproveitou para fazer uma espécie de desabafo relacionado à suspensão por doping em 2003. "Acho que fica definitivamente provado que aquilo foi tudo um acidente. Porque ninguém volta nesse nível limpa se não estivesse limpa antes", disse. Maurren foi suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Atletismo depois do anabolizante clostebol ter sido encontrado em seu organismo. A atleta e seu técnico disseram que a contaminação foi acidental, pelo uso de uma pomada cicatrizante que continha a substância. "Mas a gente não tem nada do que se queixar, e acho que ela vai concordar comigo nisso. Valeu para valorizar ainda mais esse feito. Para colocar um pouco mais de drama na história dela", afirmou. "E a carreira dela ainda não acabou. Ela ainda tem alguns anos pela frente, acho que ainda vai conquistar muitas coisas". (Edição de Pedro Fonseca)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.