Terrorismo deve ampliar articulação de inteligência para Rio-2016, diz embaixador

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Por Daniela Amorim (Broadcast)
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Os ataques terroristas que ocorreram na sexta-feira em Paris não aumentam os riscos à população ou a chefes de Estado no Brasil durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. No entanto, a tragédia intensifica a articulação entre os serviços de inteligência daqui e de outros países num esforço de reforçar a segurança durante o evento, avaliou o embaixador Celso Amorim, ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores."Eu acho que isso já estava havendo e acho que a tendência vai ser aumentar mesmo esse tipo de articulação e de coordenação. Isso muito provavelmente ocorrerá", disse Amorim, após participar de um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.Amorim lembrou que um ato terrorista durante a Maratona de Boston de 2013, nos Estados Unidos, fez aumentar a preocupação e articulação internacional sobre o esquema de segurança para a realização da Copa do Mundo, disputada no ano seguinte, no Brasil. "Eu acho que funcionou bem na Copa do Mundo. Obviamente, eliminar os riscos 100% nunca existe. Mas não creio (em ameaça terrorista na Olimpíada)", avaliou o ex-ministro, que liderava a pasta da Defesa à época. "Claro que ninguém pode ficar confiando que Deus é brasileiro, que aqui não acontece nada. Mas também não creio que a possibilidade aumentou de uma maneira notável por causa disso."O embaixador defendeu que o Brasil esteve atento a possíveis atos terroristas na Copa do Mundo e que fará o mesmo durante os Jogos Olímpicos. Segundo ele, esse tipo de evento não tem a mesma característica dos ataques ocorridos na França."Foi um evento justamente muito espalhado, não foi só direcionado. Embora um deles tenha ocorrido próximo de onde estava o presidente (François) Hollande, na realidade não teve alvo. O alvo foi o povo", declarou Amorim. "Eu tenho confiança que a Olimpíada aqui serão um sucesso como a Copa do Mundo, que, com exceção do lado de dentro do campo, foi um sucesso para nós".

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