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Tocha olímpica encerra revezamento internacional no Vietnã

Jovens chineses ocuparam as ruas da capital com camisas alusivas à Olimpíada para festejar passagem

Por GRANT MCCOOL
Atualização:

A tocha olímpica passou nesta terça-feira por mais um país comunista, o Vietnã, enquanto na China 17 pessoas foram condenadas a prisão pelos distúrbios de março no Tibete, na primeira sentença relacionada aos incidentes do mês passado. Veja também:  O trajeto completo do revezamento da tocha pelo mundo  Seis são detidos antes da chegada da tocha olímpica ao Vietnã O revezamento internacional da chama faz neste ano o percurso mais tortuoso da sua história, afetado por protestos contra as políticas chinesas - especialmente por causa do Tibete. Os protestos começaram já na cerimônia de acendimento da chama, na antiga Olímpia (Grécia), e se repetiram por Londres, Paris e São Francisco (EUA). Mas poucos esperavam protestos em Ho Chi Minh, a antiga Saigon, apesar de grupos de vietnamitas exilados terem convocado manifestações contra o regime comunista local. Jovens chineses, muitos vestindo camisetas alusivas aos Jogos de Pequim-08 e bandeiras de seu país, ocuparam as ruas de Ho Chi Minh, uma cidade de 8 milhões de habitantes, para ver a tocha passar em sua última etapa antes de chegar à China. Policiais fardados e à paisana convenceram os chineses a não abrirem cartazes perto da catedral católica, no centro da cidade, onde as ruas ficaram congestionadas por carros e motos. Mas nos postes de várias avenidas havia bandeiras vermelhas, cartazes e galhardetes saudando a tocha e compondo o clima de uma semana festiva para a cidade - que na quarta-feira lembra o 33.º aniversário da entrada das tropas comunistas que expulsaram as forças dos EUA e reunificaram o país, e na quinta-feira celebra o Dia do Trabalhador. Em reação aos protestos nas outras etapas do percurso da tocha, comunidades chinesas vêm se mobilizando para demonstrar seu patriotismo em todas as escalas da chama olímpica. Eventualmente, há atritos com os manifestantes que exigem mais direitos humanos na China e liberdade para o Tibet. CONDENAÇÃO Também nesta terça-feira, um tribunal de Lhasa, a capital do Tibete, anunciou a condenação de 17 pessoas num "julgamento aberto" assistido por mais de 200 pessoas, segundo a TV pública. A China atribui os protestos de março contra o regime comunista ao líder espiritual exilado dos tibetanos, o dalai lama, que nega envolvimento. Segundo Pequim, 18 "civis inocentes" foram assassinados pela multidão descontrolada no mês passado. Grupos de apoio à causa tibetana dizem que houve muito mais mortos na repressão das forças oficiais. A Coréia do Sul anunciou que está investigando os incidentes de violência ocorridos no fim de semana, quando a tocha passou por Seul. O Vietnã é a última parada da tocha antes de chegar na quarta-feira a Hong Kong, onde 3 mil policiais vão fazer a segurança da chama durante a passagem de oito horas pela cidade. Analistas dizem que nas últimas semanas as autoridades de Hong Kong (território chinês autônomo) sofrem pressão de Pequim para restringir a entrada de estrangeiros e reforçar a segurança, para evitar distúrbios durante a primeira escala da tocha em solo chinês, depois de seis semanas de trajeto pelo mundo. (Reportagem adicional de James Pomfret e John Ruwitch em Hong Kong, Ben Blanchard e Nick Macfie em Pequim, e Jon Herskovitz e Jack Kim em Seul)

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