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Tradutores avisam: na China, nada de beijos e abraços

Por PAUL MAJENDIE
Atualização:

Se você gosta de sair por aí distribuindo abraços, vá com calma na China. Sempre use as duas mãos para dar ou receber cartões pessoais. E também evite ficar beijando amigos na bochecha. Demonstrações públicas de carinho não são uma boa idéia entre os chineses", disse Jiri Stejskal, presidente da Associação de Tradutores Norte-Americanos, para quem bons intérpretes merecem ganhar seu peso em ouro olímpico quando "andam sobre o arame" na China, por conta da linguística. Costumes culturais diferentes podem ser verdadeiro terreno minado e Stejskal dá seu conselho aos visitantes olímpicos: "Não toque as pessoas se você possivelmente pode evitar. Espere pelos chineses estenderem a mão." Tradutores e intérpretes podem perfeitamente servir como um guia, cruzando a ponte da falta de entendimento social ao quebrar barreiras linguísticas que tanta confusão podem causar. Negócios estão se avolumando, subindo mais de 15 por cento ao ano no caso dessa indústria de tradução de US$ 11 bilhões. Stejskal, cuja associação conta com quase 10,000 membros em mais de 80 países, disse à Reuters: "O intérprete perfeito é invisível. Se tudo vai bem, você não sabe que a gente está lá." Ele está na China com 1.400 outros tradutores e intérpretes de todo o globo, para um encontro da Federação Internacional de Tradutores, em Xangai. Você devia ouvir a conversa no jantar. Soa como a Torre de Babel. "São mais de 70 línguas", Stejskal disse à Reuters por telefone -- uma entrevista em inglês. Stejskal certamente faz o que prega. "Sou nascido em Praga e falo checo, russo, alemão e inglês. Ainda posso ler em francês e em algumas outras poucas línguas." Brigando contra as barreiras da língua quando mudou para os Estados Unidos há mais de 20 anos, ele diz que a batalha ainda está longe de ser vencida no país: "Apenas oito por cento dos estudantes de faculdade estudam uma língua estrangeira. É abissal."

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