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Treino na altitude é a arma de Erica Sena, da marcha atlética

Cautelosa, atleta evitar falar em favoritismo na Olimpíada

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Por Nathalia Garcia
Atualização:

Desde a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o currículo de Erica Sena não para de aumentar. O sexto lugar no Mundial de Atletismo de Pequim, em 2015, e a quarta posição na Copa do Mundo de Marcha Atlética, no início do mês, ratificam a ascensão da atleta. Ela também é dona do recorde sul-americano nos 20 km, com 1h27min18. Se continuar nesse compasso, a brasileira chegará ao pódio nos Jogos Olímpicos do Rio.

Apesar dos bons resultados, Erica é cautelosa e prefere não falar em favoritismo. "Ainda tenho muito para evoluir. Acredito que posso brigar por um medalha. O mais difícil é se manter na frente e isso já está ficando mais fácil, mas na Olimpíada é outra coisa. Vamos estar em casa, tudo pode acontecer", afirma.

Erica Sena, da marcha atlética, acredita que está na briga pela medalha olímpica Foto: Fabio Motta|Estadão

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Sua "carta na manga" para baixar o tempo para 1h26 tem sido a altitude. A pernambucana vive no Equador desde 2011, onde conta com o auxílio do marido Andrés Chocho, atleta e treinador de alto rendimento, nos fortes treinos duas vezes ao dia. A parceria é um estímulo para seu crescimento. "Ele é meu ídolo, o admiro muito por ser um atleta extraordinário e dedicado. Eu devo a ele toda a minha evolução."

Mas ela descarta que seu desenvolvimento esteja vinculado somente à mudança de país. "Abri mão de tudo por um sonho e hoje estou colhendo os frutos", constata. Para Erica, seja qual for o estilo de treino do atleta, o que vai fazer a diferença nos Jogos Olímpicos é a dedicação.

A seriedade da atleta é reconhecida por João Cesar Sendeski, treinador especializado em marcha atlética. "Eles (Erica e Caio Bonfim) treinam muito duro. O segredo é trabalho, feito de forma organizada e muito planejada. Tem de continuar trabalhando com todas as adversidades, e as portas vão se abrindo."

Erica também sabe de seu potencial, mas procura conter a euforia. "Até o ano passado ninguém me conhecia, hoje já falam que sou a esperança do Brasil na modalidade no atletismo. Tento manter a calma e continuo fazendo meu trabalho."

Aos 31 anos, a brasileira vê como positiva a entrada da marcha atlética entre as modalidades que podem colocar o Brasil como protagonista na Olimpíada. Para ela, que sempre contou com seu esforço individual, essa projeção ajuda o esporte a ganhar apoio. "É bom saber que nossa modalidade está chamando a atenção da nossa confederação e da mídia. Ajuda a divulgar. Com isso, a modalidade só tem a crescer", diz.

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A atleta também tem esperança de que os Jogos Olímpicos possam impulsionar a prática da marcha atlética no Brasil. E reconhece que ainda existe preconceito com a modalidade. "Os bons resultados sempre ajudam a divulgação. Acredito que podemos conseguir isso na Olimpíada", garante.

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