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Visita de Hollande ao Parque Olímpico dá voto de confiança à segurança do evento

França enfrenta um período tenso, com inúmeros atentados terroristas recentes

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

A visita do presidente da França, François Hollande, deu nesta quinta-feira um grande voto de confiança aos Jogos Olímpicos do Rio e, principalmente, ao esquema de segurança montado no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Acompanhado de uma dezena de seguranças e do presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, ele passeou pela área entre a Arena do Futuro, a Arena Carioca 1 e o Estádio Aquático e chegou a entrar neste último.

O evento não foi previamente informado à imprensa, por questões de segurança, mas a simples presença de Hollande passa a mensagem ao mundo de que o Parque Olímpico é seguro. "O presidente vir aqui de uma maneira tão espontânea dá demonstração da enorme confiança dele no governo brasileiro e no Comitê Organizador pelo que está sendo feito", disse Nuzman.

Líder francês passeou pelas instalações da Vila Olímpica Foto: Ivan Alvarado/Reuters

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Hollande, que nunca tinha estado na América do Sul, comanda hoje o país ocidental que mais tem sofrido com o terrorismo. Em novembro, mais de 130 pessoas morreram em uma sequência de ações do Estado Islâmico, a maior delas na boate Bataclan. Há 20 dias, um ataque com um caminhão, em Nice, deixou outros mais de 80 mortos.

Apesar de todas as preocupações com a segurança, Hollande caminhou com certa tranquilidade pelo Parque Olímpico, acompanhado de autoridades francesas e de Nuzman. No Estádio Aquático, que na terça ficou duas horas fechado por uma suspeita de bomba - descobriu-se depois que a maleta encontrada havia sido esquecida por um eletricista -, o presidente francês conversou rapidamente com os nadadores do seu país, que, constrangidos, interromperam o treinamento e foram ao seu encontro para ouvir votos de boa sorte.

Para Nuzman, o recado deixado por Hollande em sua visita é "extraordinário". "Ele é um dos chefes mais importantes do mundo, principalmente por todas as questões que tem. Ele vir aqui e dar esse privilégio é uma demonstração enorme de confiança, relacionamento com o Brasil e na crença de estar junto conosco."

Depois que Hollande foi embora, cerca de 40 minutos após chegar ao Parque, o presidente do Rio-2016 falou com a imprensa e tentou minimizar as críticas feitas ao órgão pelos membros do Comitê Olímpico Internacional, na quarta à noite.

"Em todos os Jogos da história, nos dias que antecedem ainda há questões que têm que ser ajustadas. Aqui também já foi ajustando muitas e outras também serão. O que eu senti de ontem (quarta) foi um tratamento de compreensão. Muitas das questões são esclarecimentos de fatos que já haviam sido resolvidos", alegou.

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Ele também tentou minimizar o problema das filas. Na manhã desta quinta, por exemplo, era necessário ficar cerca de uma hora na fila para passar pela revista e entrar no MPC, o centro de mídia. "Se nós não tivéssemos fila, vocês (jornalistas) estariam reclamando que não tem segurança. Quem cobriu os Jogos Olímpicos de Inverno, deve estar achando um espetáculo isso aqui", alegou, atacando os russos, que organizaram os Jogos de Sochi em 2014.

Por fim, Nuzman ainda foi questionado sobre a atitude do CEO do Rio-2016, Sidney Levy, que na quarta-feira à noite, depois das críticas do COI, fugiu da imprensa pedindo "salve-me, salve-me" ao diretor de comunicação, Mário Andrada. "Pergunta a ele (Levy). Vocês nunca viram eu fazer isso. Mesmo em perguntas como essa."

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