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Vôlei feminino do Brasil é medalha de ouro em Pequim

Seleção vence a decisão contra os EUA por 3 sets a 1 e pela primeira vez está no lugar mais alto do pódio

Por Rafael Vergueiro
Atualização:

Koji Sasahara/AP PEQUIM - Jogadoras brasileiras comemoram a conquista da inédita medalha de ouro olímpica SÃO PAULO - Após a frustração em Atenas/2004, a seleção brasileira feminina de vôlei finalmente apagou a 'mancha' deixada há quatro anos e conquistou neste sábado os Jogos Olímpicos de Pequim. Em uma partida difícil e emocionante, a equipe bateu os Estados Unidos na grande final por 3 sets a 1, com parciais de 25/15, 18/25, 25/13 e 25/21 e ficou com a medalha de ouro. Veja também: Wallpaper: 800x600 1024x768 1280x1024   Direto de Pequim - Eduardo Maluf comenta conquista história do vôlei feminino A campanha brasileira na Olimpíada de Pequim  Galeria de fotos da conquista inédita  Este time amarela sim, mas é 'amarelo-ouro', diz Zé Roberto  Fofão e Fabi são escolhidas entre as melhores do vôlei feminino  Sheilla chora e elogia força do grupo após conquista do ouro  Mari diz que ouro é resposta para os críticos  Zé Roberto: único campeão entre eles e elas Esta é a primeira vez na história que o vôlei feminino do Brasil sobe no lugar mais alto do pódio em Olimpíadas. As outras duas medalhas conquistadas foram de bronze, em Atlanta/1996 e Sydney/2000. A campanha da equipe brasileira na Olimpíada pode ser considerada perfeita. O time terminou a competição com 100% de aproveitamento com oito vitórias - foram 24 sets vencidos e apenas um perdido, justamente para os EUA na decisão. O técnico da seleção, José Roberto Guimarães, tem ainda mais motivos para comemorar. Ele entra no grupo seleto de brasileiros bicampeões olímpicos, pois conquistou no comando da seleção masculina o título em Barcelona/1992 (ao lado dele estão Maurício e Giovanne, do vôlei masculino, os velejadores Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira, e o triplista Adhemar Ferreira da Silva). Na campanha brasileira, podem ser destacadas jogadoras como Mari, Paula Pequeno e a veterana Fofão. No entanto, a principal atleta nos momentos decisivos foi Sheilla, que já havia jogado bem na semifinal contra a China e neste sábado foi o melhor desafogo do Brasil nos momentos complicados. FINAL O jogo decisivo deste sábado contra os EUA foi emocionante. O primeiro set começou muito equilibrado, com os dois times cometendo poucos erros. No entanto, aos poucos, o Brasil encontrou seu melhor jogo e logo abriu cinco pontos de vantagem. Confiantes, as jogadoras brasileiras passaram a defender bem e encaixar todos os contra-ataques. A maioria das bolas ficava nas mãos de Sheilla, que quase sempre colocava com facilidade no chão. Com isso, a equipe fechou a primeira parcial com Paula Pequeno. Já no segundo set a seleção sentiu um pouco o peso da decisão. As norte-americanas, que jogavam como franco-atiradoras, ganharam confiança e aproveitaram o nervosismo das brasileiras para abrir uma boa vantagem e não perdê-la. Quase todos os saques dos EUA vinham sobre Mari, que falhava na recepção e teve que ser substituída por Jaqueline em sua passagem no fundo de quadra. Dessa maneira, as norte-americanas caminharam com tranqüilidade até o fim do set. Após a 'bronca' do treinador, o Brasil voltou a se concentrar e fez um terceiro set praticamente perfeito. Sem dar chance para os EUA, as brasileiras defenderam muito bem e logo abriram uma vantagem de sete pontos. Mari, que voltou a ter uma boa atuação, foi a responsável por fechar o set. Já o quarto set foi certamente o mais dramático dos Jogos Olímpicos. Com garra, os Estados Unidos não deixaram que a superioridade brasileira fizesse valer em muitos momentos e a parcial seguiu equilibrada até os pontos finais. No entanto, o melhor vôlei do Brasil apareceu quando o jogo estava empatado em 20 a 20. Com dois belos bloqueios, fundamento que a seleção utilizou com muita eficiência durante todo o confronto, a equipe chegou ao ponto de ouro. No último lance, a equipe de Zé Roberto contou com o erro das adversárias, que jogaram a bola para fora. As brasileiras vibraram e choraram muito com a conquista, já que a derrota em 2004 ainda estava entalada na garganta. MEDALHAS DO BRASIL NO VÔLEI Prata - Los Angeles/1984: masculino Ouro - Barcelona/1992: masculino Bronze - Atlanta/1996: feminino Bronze - Sydney/2000: feminino Ouro - Atenas/2004: masculino Ouro - Pequim/2008: feminino CAMPANHA PERFEITA Atual campeã do Grand Prix, a seleção brasileira de vôlei chegou à Olimpíada com o peso do favoritismo. No entanto, ao contrário do que havia acontecido há quatro anos, a equipe demonstrou muita concentração, já que estava focada em um único objetivo: a sonhada medalha de ouro. A estréia contra a fraca Argélia foi fácil (3 a 0) e o primeiro desafio de verdade foi a Rússia. No entanto, sem tomar conhecimento das atuais campeãs do mundo, o Brasil 'atropelou' as adversárias e venceu por 3 a 0 sem levar sequer mais de 16 pontos em nenhuma das parciais. No terceiro jogo, contra a Sérvia, as comandadas de Zé Roberto mais uma vez passearam em quadra. Apenas no terceiro set o time se desconcentrou um pouco, mas o triunfo foi incontestável. Após ganhar com facilidade de mais um time fraco, o Casaquistão, a seleção decidiu o primeiro lugar do grupo B contra a Itália. Em um confronto em que o bloqueio brasileiro esteve impecável, mais um 3 a 0. A boa colocação nas preliminares fez o Brasil pegar o fraco Japão nas quartas-de-final. Após passar desta fase, veio o difícil confronto contra a China, atual campeã olímpica. No entanto, mostrando a força do grupo, após passar com dificuldade pelo primeiro set a seleção não teve dificuldades para impor mais um 3 a 0. FESTA Após a conquista deste sábado, as brasileiras fizeram muita festa. Diante das câmeras, a líbero Fabi e Mari mandaram um recado aos críticos, fazendo sinal de silêncio para aqueles que diziam que a equipe 'amarelava' nas horas decisivas, principalmente após a derrota em 2004.  

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