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Cris Cyborg faz luta principal do UFC e espera nova categoria de peso para mulheres

Brasileira encara a sueca Lina Lansberg no próximo sábado, no UFC Brasília

Por Paulo Favero
Atualização:

A luta principal do UFC Brasília, no sábado (24), será entre a brasileira Cris Cyborg e a sueca Lina Lansberg. Com um card que terá ainda Renan Barão, Roy Nelson, Antonio Pezão e Jussier Formiga, entre outro, é Cyborg quem chama atenção. Ela vem pedindo há tempos para o UFC criar uma nova divisão de peso feminino e esperar mostrar que a categoria vale à pena. Confira a entrevista exclusiva cedida ao Estado.

Qual sua expectativa para o UFC em Brasília? Estou treinando bastante e vejo como uma boa oportunidade lutar novamente no Brasil. Vou tentar fazer meu melhor e a vitória é consequência.

Cris Cyborg enfrentaLina Lansberg em Brasília Foto: Inovafoto

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Sua adversária não é tão conhecida. É mais difícil enfrentar alguém assim? Ela tem seis lutas de MMA, mas vem de muitos combates no muay thai. É uma menina da minha categoria. Só fico um pouco chateada porque nós duas descemos para lutar no peso casado, o que não faz sentido. Gostaria de fazer super lutas com atletas da categoria de 135 libras (61,2 kg) que estão no top 10 do ranking do UFC em um peso casado.

Como é essa situação de não ter grandes adversárias na sua faixa de peso? Isso no fundo não é verdade. É um discurso que foi propagado porque o UFC não quer fazer minha categoria. Se tivesse uma americana campeã na minha faixa de peso, já teriam feito. Existem várias atletas muito boas nessa categoria. São boas adversárias, mas não dão oportunidade de serem conhecidas. Tem no boxe também gente muito boa.

É sempre sacrificante para você baixar peso, mas você já teve conquistas nisso. Como foi esse processo? Eu fiquei dois anos e meio fazendo um trabalho com nutricionista, que não é só comer menos. Tem de comer e fazer o treino certo. Acabei mudando a estrutura do meu corpo e sabia que não podia perder força e explosão. Na verdade, era um processo para baixar de categoria, mas chegamos a uma conversa de peso casado, pois não chego no peso galo.

Cris Cyborg é o grande nome do Brasil no UFC entre as mulheres Foto: Jason Smith| USA Today Sports

Qual seu peso ideal, qual você mantém no dia a dia? Costumo pesar entre 77 kg e 75 kg. Para as lutas, chego aos 65,5 kg. Corro 12 quilômetros todos os dias para bater as 140 libras (63,5 kg). É gratificante, pois é meu trabalho. Sinto falta de aceitarem minha categoria. As meninas do peso galo, na verdade são de 125 libras (56,7 kg), como a Bethe Correia, a Cat Zingano, a Miesha Tate. Por isso que pretendo fazer super lutas no UFC, não penso em manter cinturão por 50 anos. Eu busco desafios.

O MMA feminino é um grande sucesso, acho que bem diferente de quando você começou. Valeu a pena? Sempre fui atleta e gostei de esporte. Comecei no atletismo e handebol, e nunca foi fácil. Agora posso viver do esporte, acredito que sou bem feliz e tenho vários desafios. Tudo na vida tem um sacrifício.

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Quais são seus projetos para o futuro? Eu tenho um trabalho nos EUA com um camp só para mulheres. Não tenho minha academia ainda porque minha rotina diária é uma loucura. Foco em mulheres comuns, a gente treina, faz preparo físico, ensino coisas, trocamos experiências. Cada camp é diferente, ajuda a motivar as mulheres. Quando parar de lutar, vou continuar fazendo isso e tentando ajudá-las cada vez mais.

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