Em clima de despedida, Demian Maia mira recordes no UFC
Brasileiro com maior número de vitórias no Ultimate encara seu próximo desafio no evento em Fortaleza
Entrevista com
Demian Maia
Entrevista com
Demian Maia
01 de fevereiro de 2019 | 04h30
A contagem regressiva para Demian Maia encerrar a carreira no UFC terá início neste sábado, no octógono do Centro de Formação Olímpica (CFO), em Fortaleza. Antes de dar adeus a sua trajetória na organização, o brasileiro com o maior número de vitórias no Ultimate vai cumprir o contrato de três lutas. A primeira delas será contra o norte-americano Lyman Good.
Ainda sem cravar a aposentadoria, mas em clima de despedida, Maia conta em entrevista ao Estado que pretende realizar as últimas lutas ainda em 2019 e analisa o seu primeiro adversário do ano. Além disso, o paulista revela os principais objetivos na organização nos próximos meses: aumentar o número de finalizações no UFC e manter o recorde de vitórias.
Está excelente. Estou nas últimas semanas. Está tudo ocorrendo bem e espero que isso apareça lá no octógono.
Estudei algumas lutas do meu oponente. A minha vontade sempre é finalizar. Chegar lá e finalizar a luta o mais rápido possível. E é isso que eu estou treinando para fazer.
Acho ele muito forte fisicamente. Ele também tem um bom muay thai, boa defesa de queda e um jiu-jítsu que ele sobrevive bem as situações. Para falar a verdade, de uns anos pra cá, nunca vi um lutador no UFC que não seja completo nesse nível. Hoje em dia não existe uma grande diferença entre atletas, quem fez uma melhor preparação ou está mais bem condicionado estrategicamente para aquela luta é quem vai vencer.
Isso sempre. Se você não sonhar mais com isso você para de lutar. Eu sei que é uma coisa mais distante agora porque eu venho de uma disputa há um ano e meio atrás e perdi as lutas depois, mas nada impede. Posso conquistar algumas vitórias, estar no lugar certo e na hora certa e ser chamado. Sei que não posso focar nisso, mas claro que sempre tenho esse sonho.
Diferentemente de vários lutadores, eu tenho muitas coisas paralelas, como a minha academia no Brasil e as afiliadas fora do País. Além disso, aceitei algumas propostas de seminários, compromisso com patrocinadores, então eu estava fazendo muita coisa.
Eu não paro nunca te treinar, eu diminuo um pouco o ritmo no pós-luta. Fico uns dez ou 15 dias sem fazer nada. Depois disso, volto a treinar. Prefiro me manter minimamente treinado do que sair do zero. E acho que isso é até um dos fatores da minha longevidade no esporte, porque eu mantenho um treinamento constante.
Eu não sinto queda de rendimento em treinos, eu sinto a mesma coisa. Acho que tem relação com o jogo. Eu peguei três caras muito bons wrestlings e dois deles, o Woodley e o Usman, com a mão muito pesada. São jogos perigosos. Acredito que foram os três piores jogos que eu poderia pegar na minha categoria, potencializado com o tempo de preparação muito curto.
Três lutas. Já contando o UFC Fortaleza.
Existe uma grande probabilidade e eu já me preparo para isso. Depende muito do que acontecer nessas três lutas. Eu tenho muitas coisas que ainda pretendo fazer fora do octógono e ser um lutador de alto rendimento há tantos anos acaba tirando o tempo, porque a dedicação é 100%. Eu faço outras coisas, mas não com a dedicação que eu gostaria. Às vezes você tem vontade de mudar um pouco.
Na verdade a gente trabalha com o fechamento de luta a luta. No ano passado, pela primeira vez, eu fiz apenas uma luta. Na minha carreira toda eu lutei em média três vezes por ano. Então, se eu puder, gostaria de fazer as três esse ano.
Continuar como o brasileiro com o maior número de vitórias e aumentar meu número de finalizações também.
Não tenho isso. Na verdade quando oferecem uma luta eu sento com a minha equipe e converso, então depende muito disso. Não tem muita regra não.
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