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'Eu sinto falta da adrenalina da competição', diz Kyra Gracie

Pentacampeã mundial de jiu-jitsu relembra origem familiar e preconceito sofrido

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Por Andreza Galdeano
Atualização:

Em entrevista exclusiva ao Estado, Kyra Gracie, pentacampeã mundial de jiu-jitsu, conta com orgulho a história da família Gracie no esporte, relembra o preconceito que sofreu e confessa que sente falta das competições.

Kyra Grace revelou que se inspirava na história da família Foto: Laboratório da Luta/Divulgação

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Como se sente ao fazer parte de uma família tão tradicional no jiu-jítsu?

Olhando para trás, eu fico muito orgulhosa de fazer parte da minha família e também de ter contribuído com a história dela com as minhas competições. O orgulho vem de saber que o meu bisavô começou tudo lá em Belém do Pará, acreditou e desenvolveu um sonho ensinando uma arte marcial que até então ninguém conhecia. Hoje, no mundo inteiro, onde se fala de jiu-jítsu também se fala do Brasil e da minha família.

De tudo o que a família Gracie proporcionou, o que deixa você mais satisfeita?

Poder levar o nome do nosso país e ter tantos atletas vendo o que a minha família desenvolveu, não só no jiu-jítsu, mas também no MMA. Poder influenciar as pessoas de uma maneira tão positiva, dando a oportunidade para muitos atletas, muitos professores que hoje estão no mundo inteiro levando essa arte marcial.

Você sentiu alguma dificuldade por ser mulher?

Eu estou acostumada, cresci em uma família machista. Eu precisei lutar para mostrar o que eu queria, mostrar o meu potencial e que era isso o que eu ia trazer para a minha vida. Depois disso, o resto passa batido.

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Ainda passa por algum tipo de preconceito?

Hoje não tem como ninguém falar que mulher não sabe sobre lutas, que a Kyra não sabe sobre nada disso, eu provei dentro do tatame que eu sei muito.

Foi um desejo seu entrar no jiu-jítsu ou sentia uma pressão para seguir o mesmo caminho da sua família?

Foi uma coisa natural, mas, ao mesmo tempo que eu tinha um tatame dentro de casa e aprendi brincando e assistindo os meus tios e primos nos campeonatos, chegou uma hora em que eu achava que era um pouco coisa de homem e não queria. Porém, quando eu vi, eu naturalmente já estava ali lutando e competindo.

Quais foram as suas primeiras inspirações?

Eu sempre me inspirei nas histórias da minha família. Eu sou da quinta geração, então, antes de mim, tantas outras pessoas pisaram no tatame e influenciaram minha vida de alguma maneira. Então, eu fui pegando um pouquinho de cada um para construir a minha vida.

Aposentada desde 2014, sente falta de voltar a competir?

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Eu gosto muito do estilo de vida que eu levo hoje, dando aulas de jiu-jítsu. De alguma maneira, eu sempre estou muito conectada com a minha essência. Eu sinto falta da adrenalina da competição, é uma adrenalina que é difícil de achar em outra coisa na vida. Mas, temos que sentir falta e lidar com isso, saber o tempo de parar. Eu parei na hora certa e não existe a menor possibilidade de eu voltar a competir, então isso vai ficar só para a minha memória.

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