Os fãs do boxe estão ansiosos por dois motivos para o fim da pandemia do coronavírus. Primeiro: voltar à vida normal. Segundo: poder acompanhar os duelos que deverão apontar um campeão unificado para a categoria dos pesos pesados, a mais importante da nobre arte.
Depois de um período sem grandes atrativos, após a aposentadoria de Mike Tyson, Evander Holyfield e Lennox Lewis, os pesados ressurgem com pugilistas que, se não são tão talentosos quanto os antecessores, pelo menos possuem carisma e conseguem atrair o interesse de milhões de fãs pelo mundo.
Os britânicos Tyson Fury e Anthony Joshua, além do norte-americano Deontay Wilder são os nomes mais valiosos da atualidade. Suas lutas são disputadas pelo tradicional estádio de Wembley, em Londres, pelo poder da cidade de Las Vegas e agora também pelo dinheiro inesgotável da Arábia Saudita.
Fury é o campeão pelo Conselho Mundial de Boxe e o que possui o maior contato com o público. Sua história de superação ajuda a ganhar adeptos. Após se sagrar campeão mundial pela primeira vez em 2015, ao superar o ucraniano Wladimir Klitschko, ele foi pego no doping, entrou em depressão, chegou a pesar 180 quilos e tentou o suicídio.
Graças ao apoio da mulher e dos filhos, conseguiu se recuperar e passou a usar as redes sociais para extravasar seu lado bem-humorado. Depois das lutas, assim como fez com Klitschko ou na última vitória, em 22 de fevereiro, cantou para a esposa, ainda em cima do ringue. Chegou até a participar de um evento de WWE (luta livre combinada) na Arábia e ganhou R$ 60 milhões.
Campeão olímpico em Londres-2012, Joshua é o que possui maior respaldo de patrocinadores. Doze grandes marcas levam seu nome como garoto-propaganda, o que lhe rendeu ano passado 32 milhões de libras (cerca de R$ 192 milhões) só com comerciais.
O atual campeão da Federação Internacional, Organização Mundial e Associação Mundial de Boxe é um dos atletas mais populares da Grã-Bretanha e chamou a atenção dos árabes, que patrocinaram sua revanche com o mexicano Andy Ruiz Jr., em dezembro, e construíram um estádio em apenas duas semanas e pagaram US$ 100 milhões apenas para os pugilistas.
Já Deontay Wilder é um atrativo pelo seu enorme poder de "destruição" com o direto de direita, que o ajudou a derrubar 41 de seus 42 adversários. Foi campeão de 2015 até fevereiro, quando perdeu para Fury. Carrega nos ombros o fato de ser o único norte-americano com condições na atualidade de ser campeão mundial. Vale lembrar que os Estados Unidos são o país com mais tradição entre os pesos pesados desde John Sullivan, primeiro campeão dos pesados da era moderna no fim do século XXIX.
A expectativa é de que os três se enfrentem ainda este ano. Antes da explosão do coronavírus, Joshua iria enfrentar o búlgaro Kubrat Pulev, em 20 de junho, no Estádio do Tottenham, em Londres, enquanto Wilder e Fury fariam uma terceira luta em 18 de julho, em Las Vegas. Os vencedores se enfrentariam no fim do ano. Com a pandemia, só resta aguardar.
CONHEÇA 15 LUTADORES DE DESTAQUE INTERNACIONAL
Tyson Fury
- Inglês
- 31 anos
- 30 vitórias
- 21 nocautes
- 01 empate
- 2,06 metros de altura
- O mais técnico peso pesado da atualidade. Possui velocidade nos braços e pernas. Sabe aplicar boa sequência de golpes.
Anthony Joshua
- Inglês
- 30 anos
- 23 vitórias
- 21 nocautes
- 01 derrota
- 1,98 metro de altura
- Muito forte é dono de ótimo jab, seguido de um calibrado direto de direita. Sua fragilidade é a resistência aos golpes.
Deontay Wilder
- Norte-americano
- 34 anos
- 42 vitórias
- 41 nocautes
- 01 derrota
- 01 empate
- 2,01 metros de altura
- Seu direto de direita é um dos mais fortes da história do boxe, mas sua defesa é repleta de falhas e seu queixo não é resistente.
Andy Ruiz Jr.
- Mexicano-norte-americano
- 30 anos
- 33 vitórias
- 22 nocautes
- 02 derrotas
- 1,88 metro de altura
- Apesar de bastante gordo é dono de muita técnica e poder de ataque. Não se cansa, mas sua movimentação é pequena.
Luis Ortiz
- Cubano
- 40 anos
- 31 vitórias
- 26 nocautes
- 02 derrotas
- 1,93 metro de altura
- Canhoto, possui enorme pegada com o direito de esquerda. Aos 40 anos, não mantém o mesmo ritmo durante a luta.
Daniel Dubois
- Inglês
- 22 anos
- 14 vitórias
- 13 nocautes
- 1,96 metro de altura
- Fortíssimo e com grande preparo físico, mas ainda precisa ser testado com adversários melhores para ganhar experiência.
Joe Joyce
- Britânico
- 34 anos
- 10 vitórias
- 09 nocautes
- 1,98 metro de altura
- O medalha de prata na Olimpíada da Rio-2016 supera sua falta de velocidade nos punhos com muita força.
Dereck Chisora
- Britânico
- 36 anos
- 32 vitórias
- 23 nocautes
- 09 derrotas
- 1,87 metro de altura
- Pressionado pelo fim de carreira, mudou seu estilo e passou a lutar mais no corpo a corpo, o que o tornou mais perigoso.
Alexander Povetkin
- Russo
- 40 anos
- 35 vitórias
- 24 nocautes
- 02 derrotas
- 01 empate
- 1,88 metro de altura
- O campeão olímpico em Atenas-2004 é muito raçudo e mantém um ritmo forte de luta durante os 12 assaltos.
Oleksandr Usyk
- Ucraniano
- 33 anos
- 17 vitórias
- 13 nocautes
- 1,90 metro de altura
- Com grande habilidade e mobilidade, consegue atingir muito seus adversários e, ao mesmo tempo, não é um alvo fixo.
Dillian Whyte
- Britânico
- 31 anos
- 27 vitórias
- 18 nocautes
- 01 derrota
- Sua maior característica é o bom golpe na linha de cintura. Valente, aceita a troca de golpes e quase sempre leva vantagem.
Oscar Rivas
- Colombiano
- 32 anos
- 26 vitórias
- 18 nocautes
- 01 derrota
- 1,84 metro de altura
- Com pequena envergadura para a categoria (1,94 metro), prefere a luta na curta distância e tem boa resistência.
Michael Hunter
- Norte-americano
- 31 anos
- 18 vitórias
- 12 nocautes
- 01 empate
- 01 derrota
- 1,88 metro de altura
- Raçudo, supera sua falta de pegada com muita determinação para atacar. Carrega a torcida americana.
Kubrat Pulev
- Búlgaro
- 38 anos
- 28 vitórias
- 14 nocautes
- 01 derrota
- 1,94 metro de altura
Joseph Parker
- Neozelandês
- 28 anos
- 27 vitórias
- 21 nocautes
- 02 derrotas
- 1,93 metro de altura
- Boa postura, sabe deixar o adversário à distância. Seu problema é não ficar confortável em um duelo na curta distância.