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Judoca Sarah Menezes sobe de categoria de olho nos Jogos de Tóquio

Medalhista de ouro em 2012 nos Jogos de Londres corre contra o tempo para pontuar e subir no ranking mundial

Por Catharina Obeid
Atualização:

Campeã olímpica em Londres-2012, Sarah Menezes tem passado por um momento conturbado em sua volta aos tatames. Após ser eliminada na repescagem dos Jogos do Rio, em 2016, a judoca viveu uma montanha-russa de emoções: teve a primeira grande lesão da carreira, submeteu-se a cirurgia, assinou com o Flamengo, aumentou de peso, voltou atrás e agora decidiu de novo largar a categoria ligeiro (48 kg), na qual foi campeã olímpica, e subir para a meio-leve (52 kg).

Nos treinos com a seleção brasileira, a atleta de 28 anos recebeu os testes físicos que a fizeram, junto com Confederação Brasileira de Judô (CBJ), optar pela mudança. Para competir na categoria ligeiro, Sarah precisaria perder massa muscular e, por consequência, ficaria menos competitiva no tatame. “Fisicamente e psicologicamente vai ser mais saudável para mim, então estou bastante confiante.”

Sarah acredita ter superado seus problemas físicos Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CBJ

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A atleta revela que seu problema com peso começou após os Jogos de Londres. “O metabolismo ficou mais lento e, em 2013, comecei a ter problemas com a perda de peso”, conta. “Além de ficar mais difícil, pois eu não era mais aquela garotinha, fui sendo mais estudada, as pessoas estavam de olho em mim.” Além da idade, a própria carga de treinos dificultava que ela se mantivesse com 48 kg: o ganho de massa muscular e o aumento da estrutura óssea se mostraram um pesadelo sempre que a jovem atleta subia na balança.

Mesmo com a dificuldade constante, Sarah insistiu na categoria. Foram inúmeras lesões por causa da rápida perda de peso, doía a perna, a desidratação causava fadiga, vivia de dieta. Mas nada a fez mudar de ideia durante a corrida pelo bi olímpico. A atleta entende que faz parte do judô estar de olho na balança. Ela não é a única, nem será a última. Foi então que, nos Jogos do Rio, em 2016, perdeu tanto o duelo das quartas de final quanto a repescagem e deu adeus ao sonho da segunda medalha olímpica.

FUTURO

Acaba uma Olimpíada, as atenções vão para a próxima. Pensando nisso, Sarah optou por subir de categoria. Teve boa adaptação, chegou a ficar em 7.º lugar no ranking internacional, subiu ao pódio em duas oportunidades, venceu o Campeonato Brasileiro Regional e conquistou a prata no Grand Prix de Cancún, no México. Voltou atrás por estratégia: “Pensando em Olimpíada, tinha a Érika Miranda e eu achava impossível passar ela no ranking”, confessa. A número 4 do mundo se aposentou em 2018 e a atual titular da categoria, Jessica Pereira, está suspensa por doping.

Nesse meio tempo, a agora meio-leve precisou ser operada em junho passado. Após quatro meses parada, voltou a treinar em outubro com um único foco: Tóquio-2020. Daqui para frente, o principal desafio será a corrida contra o tempo: Sarah precisa somar pontos no ranking internacional da FIJ (Federação Internacional de Judô), pois com a mudança de categoria perdeu os pontos que tinha.

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