Sugar Ray Leonard, Roberto Duran, Marvin Hagler e Thomas Hearns formaram o quarteto fantástico do boxe na década de 80. Outros quatro notáveis pugilistas dominam as atenções na nobre arte atual. Julio Cesar Chavez Jr., Saul Canelo Alvarez, Miguel Cotto e Gennady Golovkin disputam as principais datas nos ringues mais badalados e na grade de programação dos canais de TV Showtime e HBO.
Os empresários Bob Arum, da Top Rank, e Oscar De La Hoya, da Golden Boy Promotions, discutem as formas mais rentáveis para colocá-los frente a frente. A previsão é de que as bolsas dos pugilistas não serão menores do que US$ 20 milhões por luta.
Os valores milionários serão obtidos com o enorme número de fãs que acompanham suas lutas no sistema pay per view. "Tenho certeza de que um combate Cotto x Canelo vai quebrar todos os recordes de vendas do boxe", disse o lendário Bob Arum, que planeja dois milhões de assinaturas vendidas para este duelo, que deverá sair em maio do próximo ano.
Quatro pugilistas são novas apostas dos empresários e investidores do boxe Foto: Montagem/Estadão
Saul Alvarez, o mais jovem do grupo, é dono de grande carisma entre os mexicanos, fanáticos pelo boxe. Patrocinado pelo canal Televisa, Canelo leva multidões a Las Vegas. Crianças pintam os cabelos de vermelho, imitando seu penteado. "Em dois anos, Saul Canelo Alvarez será o maior nome do boxe", disse Oscar De La Hoya, padrinho e empresário do pugilista, contando com a proximidade da aposentadoria do filipino Manny Pacquiao e do norte-americano Floyd Mayweather.
Dono do cinturão dos médios-ligeiros do Conselho Mundial de Boxe, Canelo soma duas vitórias importantes este ano (Alfredo Angulo e Ersilandy Lara) e volta a lutar em novembro.
O outro mexicano do quarteto é Julio Cesar Chavez Jr.. Mesmo sem o mesmo talento do pai, que reinou nos anos 80 e 90, Chavez Jr. tem uma legião de fãs e luta pressionado após a histórica derrota para o argentino Sergio Martinez, em 2012. Seu próximo compromisso deverá ser contra o britânico Carl Froch, campeão dos supermédios da Associação Mundial e Federação Internacional de Boxe. As negociações apontam para uma luta em Wembley, onde em maio Froch levou 80 mil espectadores em sua vitória sobre o compatriota George Groves. "Luto em qualquer lugar. Voltarei a ser campeão", disse Chavez Jr.
O porto-riquenho Miguel Cotto é o que possui o menor grau de rejeição por parte dos fãs do boxe. Seu estilo técnico e agressivo agrada a todos. Em junho, ao vencer Sergio Martinez, levou mais de 20 mil pessoas, o maior público do boxe no Madison Square Garden, em Nova York.
É o maior nome do tradicional boxe de Porto Rico na atualidade. É o primeiro pugilista de seu país a ganhar quatro cinturões em categorias diferentes: meio médio-ligeiro, meio-médio, médio-ligeiro e médio. No fim do ano passado recusou US$ 15 milhões para enfrentar Canelo. "Hoje esse valor poderá ser o dobro", disse Arum.
Na Europa, o usbeque Gennady Golovkin não tem mais adversários. Campeão dos médios da Associação Mundial de Boxe, GGG, como é conhecido, promete “atropelar” qualquer um que fique a sua frente. Ele soma 17 nocautes seguidos. Aos 32 anos, com 30 vitórias (27 nocautes), ele não quer perder tempo. "Luto com qualquer um, a qualquer hora." As ameaças feitas a seus rivais agradaram o público. Percebendo isso, o canal HBO anunciou a extensão do contrato com o lutador.
Mas o canal rival Showtime também está de olho na atração que veio da Europa. "Não é problema o lutador ter contrato com outro canal. Tudo é negócio. Se todas as partes ganharem dinheiro, o negócio sai", disse Stephen Espinosa, diretor de esportes do Showtime, dando como exemplo o que ocorreu em 2002, quando Mike Tyson tinha contrato com o Showtime e Lennos Lewis era contratado do HBO. E a luta saiu. Os fãs do boxe torcem para novos acordos. Miguel Cotto:
Gennady Golovkin:
Saul Canelo Alvarez:
Julio Cesar Chavez Jr.:
