10 de junho de 2022 | 05h00
Taila Santos pode alcançar neste sábado a maior vitória de sua carreira. Apenas quatro anos depois de entrar para o UFC, quando conquistou sua vaga por meio do Contender Series, e três anos após sua estreia na organização, a brasileira enfrenta a campeã Valentina Shevchenko pelo cinturão do peso-mosca, na co-luta principal do UFC 275, em Cingapura.
Em entrevista ao Estadão, Taila considera que a luta será um "ponto de virada" em sua carreira no MMA. "É o divisor de águas, para mostrar realmente quem eu sou e consolidar o meu lugar". Em seu cartel, conta com 20 combates, sendo 19 vitórias e apenas uma derrota.
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Na preparação para luta contra Valentina, a brasileira se mostra confiante. "Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades", brincou Taila, em referência a uma frase do Tio Ben, personagem do universo de Homem Aranha. "Eu tento sempre manter a calma, seguir tranquila. Apesar de ser a luta mais importante, ela segue sendo mais uma das inúmeras que eu fiz ao longo da minha carreira. Eu tenho que me sentir leve, para fazer o meu melhor quando entrar no octógono", afirma a lutadora, que não perde desde 2019 no UFC.
Por ser sua primeira disputa pelo cinturão, Taila é tida, antes da luta, como uma "azarona", pelas casas de aposta e pela imprensa estrangeira. Mas a lutadora garante que isso não a incomoda. "A maioria da mídia fala que as chances de vitória dela (Valentina Shevchenko) são superiores às minhas, mas isso não me afeta. Eu tenho para mim que nós duas, a partir do momento em que pisarmos no octógono, temos 100% de chance de vencer, enquanto a luta não acabar".
Valentina Shevchenko é um dos grandes nomes do UFC. Invicta desde 2018 e com seis defesas de cinturão - o recorde na categoria feminina -, Taila sabe que a russa é a favorita para a luta, mas não a considera invencível. "Eu estudei muito as lutas dela e enxergo no chão como uma possibilidade de me sobressair. Apesar de vir da trocação, eu me senti muito confiante nos meus últimos combates ao levar a luta pro chão, e ter um controle e dominância", diz a brasileira.
Com um crescimento rápido dentro da organização, Taila enxerga com orgulho sua caminhada até a luta deste sábado. "Eu sempre tive muita dedicação, e sei que isso foi um diferencial. Se eu encontrasse a Taila lá atrás, ainda menina, inexperiente, começando no MMA, eu iria dizer para ela não desistir", conta Taila.
Ao longo dessa sua jornada, a lutadora teve algumas referências e modelos no UFC. Além de Amanda Nunes, maior nome do MMA feminino na atualidade, ela se espelha em outros nomes do masculino. "Tiveram vários atletas que gostei ao longo dos anos, no estilo. Eu destaco o José Aldo e o Georges St. Pierre como referências nessa minha caminhada".
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