29 de dezembro de 2018 | 04h33
Para fechar o ano de 2018, o UFC traz um dos eventos mais aguardados da história da organização. A noite deste sábado coloca frente a frente as campeãs brasileiras Cris Cyborg e Amanda Nunes no octógono do The Forum, em Los Angeles, na Califórnia, para protagonizar uma das maiores lutas de todos os tempos e marcar o auge do MMA feminino no Ultimate.
Em jogo estará o cinturão peso pena, garantido por Cyborg em julho de 2017. A paranaense, que não sabe o que é uma derrota no MMA profissional há 13 anos, já fez três defesas de título e sua última vitória aconteceu em março deste ano sobre a russa Yana Kunitskaya.
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Apesar da longa invencibilidade, Cyborg afirma que não pensa nos resultados anteriores e o foco é buscar uma evolução no esporte a cada desafio que enfrenta. "A invencibilidade é uma consequência e eu não penso nisso quando vou lutar. Tento fazer o meu melhor e vou sempre em busca da vitória", conta, em entrevista ao Estado.
Do outro lado, Amanda mantém o seu cinturão da categoria peso galo e tenta fazer história. Caso conquiste a vitória sobre a compatriota, ela se tornará a primeira mulher com dois cinturões dentro do UFC. Em seu cartel conta com 16 vitórias e apenas quatro derrotas.
"Estou preparada para encarar a Cyborg desde o dia que pedi a luta e ansiosa na dose certa, nem muito ansiosa, nem muito tranquila. Bem focada no que tenho de fazer", diz Amanda Nunes, ciente de que precisa encontrar a vulnerabilidade de sua adversária. "Todo atleta tem um ponto fraco. A gente trabalhou bastante para estar atenta para, na luta, conseguir ser rápida e aproveitar qualquer situação", completa.
A luta entre as duas campeãs é considerada umas importantes para o MMA mundial, por se tratar dos melhores nomes da categoria feminina na atualidade. As brasileiras evidenciam a importância das mulheres dentro da organização e enaltecem o País, que carece de títulos masculinos.
Depois de grande lutadores como Anderson Silva, José Aldo, Minotauro e Vitor Belfort levar o nome do Brasil pelo mundo, chegou a vez das únicas campeãs do País representarem uma valorização que buscam há anos. Para os fãs, o encontro entre Cyborg e Amanda é tão aguardado quanto o retorno de Jon Jones, que encara Alexander Gustafsson na luta principal da noite.
Acredito que vai ser uma grande luta, por ser campeã contra campeã, mas só podemos concluir isso depois do combate. Aí poderemos ver se vai ser uma grande luta.
Na verdade isso foi apenas no começo, quando eu achava que não tinha sentido lutar Brasil contra Brasil por sermos campeãs, mas depois que a Amanda Nunes me desafiou, eu não escolho adversárias. Eu aceito lutar com qualquer lutadora. Posso afirmar que não guardo nenhum tipo de rancor no meu coração.
Eu moro em Los Angeles, perto do local onde vai ser a luta. A princípio eu soube pela internet, assim como todos os meus fãs. Procurei ligar para todo mundo que reservou hotel para que pudessem mudar ou cancelar. Infelizmente eu fico preocupada pelas pessoas que não vão conseguir ver a luta. Mas seja onde for vai ser um grande evento.
A expectativa é muito grande. Vou ganhar essa luta, não tem outro resultado que seja possível. Agora é só esperar o momento certo.
Estou muito feliz por esse momento da carreira e não penso muito nisso. Estou muito bem, quero entrar e fazer meu trabalho e mostrar tudo o que aprendi nesse período de treinamento.
Não, de jeito nenhum. Isso já aconteceu várias vezes comigo. A vida já me preparou para tudo, até para esse tipo de momento. Por exemplo, no UFC 200 (em julho de 2016, em Las Vegas), tudo mudou, acabei realizando a luta principal do evento (com a americana Miesha Tate) e venci o combate.
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