Aberto da Austrália ganha charme e emoção

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Por Agencia Estado
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Com investimentos de patrocinadores asiáticos, como a Kia Motors - que substituiu a norte-americana Ford -, e a decisão de assumir o papel de um grande evento da região Ásia/Pacífico, o Aberto da Austrália transformou-se no torneio do Grand Slam que mais cresce no circuito. Só este ano são esperados mais de 500 mil torcedores na competição, para as mais de 20 quadras do Melbourne Park. O complexo que abriga o torneio é impressionante. São cinco estádios: a Rod Laver Arena, com mais de 16 mil lugares e teto retrátil; o Vodafone Arena, ou Margareth Court, para dez mil pessoas - também com teto retrátil -; e outras três arenas para uma média de cinco mil torcedores cada. Há cerca de cinco anos, o Aberto da Austrália tinha a fama de ser o mais monótono, quieto e desolador dos Grand Slam. Não tinha aquela imensidão de pessoas, como o US Open, Wimbledon e Roland Garros. Faltava charme, alegria e sobravam chatice e aborrecimentos. A mudança veio com uma abertura à globalização. A entrada da Kia Motors fez com que os organizadores deixassem de lado a arrogância e vissem com bons olhos a difusão do evento nos países asiáticos. Hoje, vários wild cards (convites para a chave principal) são oferecidos a jogadores da Ásia. O bom relacionamento trouxe nova vida ao Aberto da Austrália. Com um público maior, o clima tornou-se festivo. A torcida é vibrante e as alamedas do complexo ganharam cores de todo mundo, com torcedores de todos os cantos do planeta. Nas quadras, ninguém mais inventa desculpas para não jogar o primeiro Grand Slam do ano. Há tempos, era comum algumas estrelas alegarem contusões para se livrarem da longa viagem e do clima do torneio. Hoje, a expectativa é grande. No lado masculino, três jogadores podem terminar a competição como número 1 do mundo. O norte-americano Andy Roddick está pressionado para manter a liderança. Precisa, no mínimo, alcançar as semifinais. As melhores chances de ganhar o topo da lista da ATP estão com o suíço Roger Federer. Ele chega a Melbourne sem um treinador - dispensou Peter Ludgreen - mas com esperanças de chegar às semifinais e poder comemorar a liderança. Também o espanhol Juan Carlos Ferrero tem possibilidade de ser o número 1. Só que teria de chegar à final e torcer por tropeços de Federer e Roddick. Há ainda boas chances de o Aberto da Austrália ter um novo campeão no masculino, pois apenas dois ex-campeões estão na competição: Andre Agassi e Thomas Johansson. No lado feminino, a norte-americana Venus Williams promete aproveitar o privilégio que teve em ser designada como cabeça-de-chave número três, apesar de ocupar a 11ª colocação no ranking. Enquanto isso, as belgas Justine Henin-Hardenne e Kim Cljisters querem comprovar a hegemonia alcançada nas últimas competições. Entre as mulheres, há desfalques importantes, como de duas ex-campeãs: Jennifer Capriati e Mary Pierce, ambas contundidas.

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