Análise da contraprova confirma doping da tenista Bia Haddad Maia

Em casos recentes de doping pelas mesmas substâncias, tempo de suspensão varia de seis meses a quatro anos

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A análise da contraprova da tenista Beatriz Haddad Maia confirmou o resultado positivo em exame antidoping anunciado nesta semana. Em contato com o Estado, o advogado da atleta, Bichara Neto, revelou que o teste da amostra B reiterou as substâncias detectadas na amostra A.

Como de costume, os atletas têm o direito de solicitar o resultado da amostra B para se certificarem da análise. Se as substâncias não coincidem ou se não há positivo para a segunda amostra, as chances de obter a inocência são maiores. Quando os resultados são confirmados, a possibilidade de uma punição cresce.

Análise da contraprova confirma doping da tenista Bia Haddad Maia Foto: Will Oliver/EFE

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Em casos recentes de punições por doping pelas mesmas substâncias flagradas no teste de Bia, o tempo de suspensão varia de seis meses a quatro anos.

Sem revelar detalhes sobre o caso, o advogado revelou a repetição do resultado. "A amostra B já saiu e confirmou o resultado da amostra A", disse Bichara Neto. Após esta segunda análise, ele deve intensificar a definição da linha de defesa da tenista número 1 do Brasil e 99ª do ranking da WTA.

A atleta de 23 anos foi suspensa provisoriamente pelo Programa Antidoping da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) nesta semana. O afastamento temporário teve início na segunda, mas só foi divulgado na terça.

De acordo com a ITF, as amostras de urina foram colhidas no dia 4 de junho, durante o Torneio de Bol, na Croácia. Pouco mais de um mês depois, no dia 12 de julho, Bia foi denunciada formalmente no artigo 2.1 do Programa Antidoping: "presença de substância proibida em amostra de jogador".

Os testes revelaram a presença de duas substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês): metabólitos de SARM S-22 e SARM LGD-4033. Elas estão na categoria S1 da lista de substâncias proibidas da Wada deste ano.

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As substâncias são consideradas "agentes anabólicos" pela entidade. SARM, sigla para "selective androgen receptor modulator" ou "moduladores seletivos do receptor de androgênio". Trata-se de uma versão aperfeiçoada dos esteroides anabolizantes tradicionais, mas com a promessa de causar menos efeitos colaterais no organismo.

O SARM foi desenvolvido inicialmente pela indústria farmacêutica como alternativa aos esteroides anabolizantes para pacientes com perda muscular. No entanto, mesmo sem o reconhecimento da FDA (Food and Drug Administration, na sigla em inglês), a agência norte-americana responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos, as substâncias passaram a ser utilizadas por atletas amadores e profissionais para crescimento muscular.

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