PUBLICIDADE

Publicidade

Aposentado, Ricardo Mello relembra pressão por suceder Guga

Tenista faz parte do seleto grupo de brasileiros que foram campeões de torneios da ATP

Por Amanda Romanelli
Atualização:

SÃO PAULO - Ricardo Mello disputou pela última vez uma partida de tênis profissional nesta segunda-feira, na quadra de saibro do Ginásio do Ibirapuera. Eliminado na primeira rodada do Brasil Open pelo argentino Martin Alund por duplo 6/4, o campineiro de 32 anos relembrou o início da carreira, em que sofreu grande pressão por ser da geração que sucedeu a era Guga."No primeiro momento, foi muito difícil. Eu tinha 23, 24 anos, quando ganhei meu primeiro torneio (e único na ATP, nos EUA, em 2004) e coincidentemente o Guga se lesionou e passou a jogar menos. Criaram muita expectativa em cima de mim e eu, que por natureza já me cobrava muito, passei a me cobrar ainda mais. Foi uma confusão mental", disse o agora ex-tenista, que com o título de Delray Beach chegou a seu melhor ranking na carreira, 50º. "Saí do número 50 para terminar por volta de 180. Só depois é que passei a me cobrar menos e curtir mais o circuito. Para mim, os melhores anos foram os últimos, 2010 e 2011."Apesar das dificuldades que enfrentou, Mello faz parte do seleto grupo de tenistas brasileiros que foram campeões de torneios da ATP - além dele, foram vencedores Thomaz Koch, Luiz Mattar, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e Thomaz Bellucci. Também é o tenista do País que venceu o maior número de Challengers conquistados, um total de 15, sendo quatro deles o Aberto de São Paulo. O tetracampeonato da competição é lembrado por Mello como um dos momentos mais especiais da carreira."Além do título em Delray, o Aberto de São Paulo me marcou muito, independentemente de ser um challenger. É muito bom vencer em casa."Mello também lembrou o jogo que até hoje dói pela derrota: uma partida nas quartas de final do ATP de Los Angeles (que não faz mais parte do circuito), em 2005, para o eslovaco Dominik Hrbaty. "Eu ganhei o primeiro set e desperdicei seis match points. Perdi o jogo. Doeu demais, porque eu poderia ter enfrentado o André Agassi na final."Oficialmente aposentado, Mello diz que ainda não sabe o que fará na vida pós-atleta. Deixou claro, porém, que não pretende se distanciar do tênis. "Não quero me envolver muito rápido em alguma coisa. Quero ter tempo para pensar direitinho, e gostaria muito de estar no tênis, treinando garotos. Só sei que, nesse primeiro momento, não quero viajar como nos últimos 14, 15 anos."Mas, da carreira, ficaram as amizades construídas e os países que conheceu. "O mais importante é que eu tive um sonho realizado, que era disputar o circuito profissional. Desde garoto, nunca visualizei outra coisa na minha vida que não fosse essa. O tênis sempre foi a minha prioridade."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.