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Boris Becker vê tênis em crise e apoia sugestão de Federer de unir ATP e WTA

Lenda do esporte também afirma que Aberto dos Estados Unidos não deve ser realizado neste ano

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Por Redação
Atualização:

Lenda do tênis mundial e membro da Academia Laureus, o alemão Boris Becker afirmou que o esporte está em crise e avaliou que o momento pede união dos governantes para combater a pandemia do novo coronavírus. Ele entende que a sugestão de Roger Federer de unir em uma só entidade a ATP e a WTA, organizações que comandam o tênis masculino e feminino, respectivamente, pode ser positiva para a modalidade neste momento em que as disputas estão paralisadas.

"Desde março, não há tênis oficial, então chamo isso de uma chance, uma situação única, para todos os órgãos de governo se unirem", analisou Becker, que considera a proposição de Federer um "grande passo" para a igualdade de direitos de homens e mulheres.

Becker treinou Djokovic e recentemente vinha comentando partidas de tênis para a televisão inglesa. Foto: Alexandra Beier / Reuters

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"Roger Federer começou a fazer a bola rolar com sua esplêndida ideia de unir forças e acho que Nadal concorda. Nem todos os melhores estão de acordo, tudo bem, mas acho que Federer, Nadal e Djokovic têm muitos seguidores. Para Federer sugerir isso é pela sua inteligência e também porque realmente se importa com o jogo", pontuou. "Seria um passo na direção certa. Quando sairmos do túnel, o novo normal será diferente. Ainda estamos em posição de controlar o futuro se nos unirmos e trabalharmos juntos", acrescentou.

Confinado em sua casa em Londres, o alemão revelou estar frustrado, como ex-jogador e também comentarista, pelo cancelamento de Wimbledon em razão da covid-19. "Wimbledon tem sido meu verão por 35 ou 40 anos. Vai deixar um vazio grande e vazio", disse o tricampeão do Grand Slam britânico e que ostenta a marca de ter sido o mais jovem jogador (17 anos) a conquistar o torneio.

Becker disse ser contra a realização do US Open, único Grand Slam que ainda não teve sua data alterada. O Aberto da Austrália já foi disputado em janeiro, Wimbledon foi cancelado e Roland Garros foi adiado para o final de setembro.

"É o único Grand Slam ainda de pé, mas Nova York foi a pior cidade atingida pelo vírus há algumas semanas. Eu não acho que seria sensato ter um torneio lá", avaliou, fazendo referência ao local que é o epicentro da doença nos Estados Unidos.

O alemão ex-número 1 do mundo também falou sobre o drama financeiro pelo qual estão passando vários jogadores ao redor do mundo em função da paralisação das competições.

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"Acho que estamos tendo um momento de crise no tênis. Além, digamos, dos dez primeiros, dos 50 primeiros e talvez dos 75 melhores jogadores e jogadoras, o restante dos atletas profissionais precisa de seu cheque semanal, eles precisam do prêmio em dinheiro. O fato é que eles não podem jogar, nem sequer podem ir a um clube e dar aulas por causa do distanciamento social", declarou.

Becker continua sendo um grande apoiador das iniciativas do Laureus que usam o esporte como ferramenta social para ajudar jovens ao redor do mundo. "Sou um orgulhoso membro fundador da Laureus e faço parte da organização há mais de 20 anos. Todos nós amamos nossos filhos, eles são o nosso futuro e, mais fortemente do que nunca, neste momento, acreditamos que o esporte tem o poder de mudar o mundo".