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Brasil apresenta a sua nova geração de tenistas no Aberto da Austrália

Depois de dois anos de ausência, País terá quatro atletas no torneio juvenil do primeiro Grand Slam do ano

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Eles são o futuro do Brasil no tênis. Thiago Wild, João Lucas Reis, Matheus Pucinelli e Igor Gimenez caminham a passos largos para entrarem de vez no circuito profissional. A meta é superar um dos maiores gargalos do tênis brasileiro: a delicada transição para o mundo da ATP, a Associação dos Tenistas Profissionais. E o primeiro grande teste será neste Aberto da Austrália, que começará na noite de domingo, pelo horário de Brasília.

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Com eles, o País volta a ter representante no torneio juvenil australiano, após ter ficado de fora em 2016 e 2017.

João Lucas Reis (17 anos) éo 30.º colocado no ranking da ITF. Treina no Instituto Tênis, em Barueri. Campeão Sul-Americano por equipes (categoria 14 anos) e campeão do Bahia Juniors Cup, categoria 18 anos. Foto: Guilherme Merlino/Agência Attitude Esportiva

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O quarteto, que está no Top 50 do ranking juvenil e somou seus primeiros pontos na ATP no fim da temporada passada, quer surpreender em Melbourne. Ao mesmo tempo, tenta manter ambições modestas. Por enquanto, o discurso é de aprendizado. Os sonhos mais altos vão vir no futuro, quando entrarão de cabeça no mundo profissional.

Mesmo Thiago Wild, o número 9 do mundo no juvenil, evita o favoritismo. “Acho que tenho boas chances, mas dizer que sou um dos favoritos é um pouco demais”, afirma o tenista que completará 18 anos em março. “Tenho jogado melhor na quadra rápida. Minha confiança está alta não só no piso duro, mas no tênis como um todo.”

Thiago Wild, tenista juvenil brasileiro Foto: Mauricio Vieira

Paranaense de Marechal Cândido Rondon, Wild é o juvenil mais promissor no momento. Foi até as quartas de final em Roland Garros no ano passado e exibe boa forma técnica na transição para o profissional na Tennis Route, academia do Rio de Janeiro onde também atuam Bia Haddad e Thiago Monteiro.

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Será sua estreia no Aberto da Austrália, assim como será para João Lucas, Pucinelli e Gimenez. O trio treina junto em Barueri no Instituto Tênis, fundada pelo bilionário Jorge Paulo Lemann, um ex-tenista.

“Espero jogar o meu melhor tênis no Aberto da Austrália. Estou com boa expectativa”, diz João Lucas, de 17 anos. O tenista do Recife se mostra ciente dos desafios que terá pela frente. “Acho que a maior dificuldade dos juvenis no Brasil é a pressão por resultados imediatos, seja pelos pais ou por si mesmo. Colocar o resultado em primeiro lugar tão cedo pode atrapalhar muito a formação do atleta”, avalia o adolescente, 30º do ranking juvenil.

Matheus Pucinelli está na 31ª colocação no ranking da ITF. Treina no Instituto de Tênis, em Barueri. Campeão brasileiro e do Banana Bowl nas categorias 12, 14 e 16 anos, e campeão do Nike Juniors Tour, categorias 12 e 14 anos. Foto: João Pires

Igor Gimenez, seu parceiro de treino, também já superou os primeiros obstáculos para se tornar profissional. “Tive bastante dificuldade antes de chegar neste nível de competir em Grand Slam. Foram muitos momentos ruins, até pensei em parar de jogar. Mas hoje estou confiante”, garante o tenista de São Bernardo, 46.º do ranking, e que fará 18 anos em fevereiro.

Mais novo do trio que treina junto em Barueri, Pucinelli não esconde os planos para o futuro. “Quero terminar este ano entre os 800 melhores do ranking da ATP. E a partir do meio do ano devemos mesclar mais os torneios juvenis com os profissionais”, diz o tenista de 16 anos, natural de Campinas, atual 31.º do ranking.

Igor Gimenez éo 46º no ranking da ITF. Treina no Instituto de Tênis, em Barueri. Campeão do Internacional Juvenil de Porto Alegre, categorias 12 e 14 anos, e do Sul-Americano por equipes, 14 anos. Foto: Guilherme Merlino/Agência Attitude Esportiva

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PREOCUPAÇÃO

O Brasil tem tradição em revelar bons tenistas juvenis, mas nas últimas décadas tem tido pouco sucesso na transformação deles em profissionais. O caso que mais chamou a atenção foi o de Tiago Fernandes. Foi o último brasileiro juvenil a ganhar um Grand Slam em chave de simples, ao vencer justamente o Aberto da Austrália, em 2010, quando também foi o número 1 do mundo. Mas, sem resultados expressivos no profissional, decidiu se aposentar em 2014, aos 21 anos.

O precoce fim de carreira acendeu o alerta no tênis brasileiro, o que vem inspirando maior atenção aos atletas que pretendem virar profissionais. “Não consigo fazer comparações com as gerações anteriores, mas posso dizer que esta geração está entrando no profissional bem preparada”, garante Alan Bachiega Marques, técnico que acompanha o trio do Instituto Tênis na Austrália.

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