
Luiz Candido|CBT
Brasil é favorito para voltar a disputar a fase classificatória do torneio
Atualizado
Luiz Candido|CBT
Com novidades dentro e fora de quadra, a equipe brasileira enfrentará o pouco expressivo time de Barbados entre esta sexta-feira e sábado, no saibro da Sociedade Recreativa Mampituba, em Criciúma (SC), em busca de uma vaga na fase classificatória da Copa Davis. Será a estreia de Jaime Oncins como capitão brasileiro.
Com toda a experiência do seu novo líder, que atuou como jogador durante 11 anos na tradicional competição, o confronto pode marcar também o início de uma nova era no time brasileiro. Rejuvenescida, a equipe também terá a estreia de João Menezes, campeão pan-americano em Lima, há cerca de um mês. E contará novamente com Thiago Wild, outra aposta da nova geração, de apenas 19 anos.
Menezes, atual 194.º do mundo, terá a responsabilidade de abrir o confronto. Às 12 horas, ele enfrentará Darian King, principal tenista do time rival. Já foi o 106º do ranking há dois anos, hoje é o 169.º. Na sequência, Thiago Monteiro (101.º) vai encarar Haydn Lewis, sem colocação na ATP.
Os mesmos tenistas de Barbados serão os rivais de Bruno Soares e Marcelo Melo no jogo de duplas, no sábado, às 11 horas. Melo é o atual número cinco do mundo, enquanto Soares aparece na 22.ª posição. Somente King tem ranking de duplas, ocupando o 182.º lugar. Em seguida, as partidas de simples serão invertidas: Monteiro vai enfrentar King e Menezes terá pela frente Lewis.
Prestes a estrear como capitão na Davis, Oncins admite o favoritismo do seu time. “O Brasil é favorito principalmente por jogar em casa, por escolher o tipo de piso e de bola. Mas somos favoritos só no papel”, ponderou, em entrevista ao Estado.
Ele reconhece também a ansiedade por exercer função diferente da que se acostumou na Davis – foram 11 anos como jogador, até 2001. “De fora da quadra, será diferente. Quando jogava, sempre deixei claro que é uma competição que gosto muito. Agora como capitão, vou estar atuando com o mesmo entusiasmo, mas a responsabilidade será diferente”, comentou.
Em Criciúma, Oncins vai comandar uma das equipes mais jovens do Brasil nos últimos anos. Com Menezes e Wild, a idade média do time caiu quase dois anos (de 29,4 para 27,6) em comparação ao confronto em que o Brasil foi derrotado pela Bélgica, em fevereiro.
“Acho que é o momento de transição por qual passa o tênis brasileiro. E o fato do Menezes e do Wild serem convocados para este confronto é também porque estão vivendo um bom momento no tênis”, explicou o capitão, que substituiu João Zwetsch, demitido após a queda para os belgas.
À frente do time, Oncins iniciou esta transição ao optar por jogadores mais jovens, em detrimento de mais experientes, como Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, que não vivem momentos tão favoráveis no circuito. A escolha pelos mais jovens tem mais solidez do que a feita nos últimos dois anos, quando tenistas menos experientes eram convocados mais por falta de opção do que por critérios técnicos.
Se confirmar o favoritismo, o Brasil voltará a disputar a fase classificatória da Davis, como aconteceu neste ano, na tentativa de buscar uma vaga nas Finais da competição. A partir deste ano, com as mudanças drásticas impostas ao campeonato, os confrontos na elite do tênis se concentram em apenas uma semana (18 a 24 de novembro), numa sede única (Madri), numa disputa com 18 equipes, com fase de grupos e mata-mata até a definição do campeão.
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13 de setembro de 2019 | 04h31
Mais tradicional competição entre países do tênis mundial, a Copa Davis passa por uma forte reformulação nesta temporada. O torneio sofreu uma redução drástica no número de datas e alterou completamente o seu formato, convertido em uma fase classificatória e as Finais, marcadas para novembro.
A primeira fase, disputada em fevereiro, definiu 12 times classificados para as Finais, que agora serão concentradas em apenas uma semana, entre os dias 18 e 24 de novembro, numa sede única, em Madri. A competição será realizada em quadra dura na famosa Caja Magica, no mesmo local onde é disputado o torneio de nível Masters 1000 sediado na capital espanhola.
Os vitoriosos na fase classificatória foram Bélgica (vencendo o Brasil), Austrália, Alemanha, Casaquistão, Colômbia, Canadá, Japão, Chile, Holanda, Rússia, Itália e Sérvia (de Novak Djokovic, atual número 1 do mundo). Eles vão se juntar nas Finais a Croácia, França, Espanha (de Rafael Nadal, vice-líder do ranking) e Estados Unidos, semifinalistas do ano passado, e a Argentina e Grã-Bretanha, países convidados.
Estas 18 seleções foram divididas em seis grupos, de A a F: França, Sérvia e Japão (A); Croácia, Espanha e Rússia (B); Argentina, Alemanha e Chile (C); Bélgica, Austrália e Colômbia (D); Grã-Bretanha, Casaquistão e Holanda (E); e EUA, Itália e Canadá (F). Os vencedores de cada chave mais os dois melhores segundo colocados avançarão às quartas de final, que serão seguidas por semifinais e final.
Os quatro semifinalistas deste ano já garantem vaga automática nas Finais de 2020. Os países que ficarem entre o 5.º e o 18.º lugar terão que disputar a fase classificatória. Haverá novamente duas nações convidadas.
O formato dos jogos também mudou. A série melhor de cinco sets, que ainda é usada nos Grand Slams, será substituída por uma melhor de três, como já acontecia nos Zonais e na fase classificatória, em fevereiro. Foi mantida a definição do confronto em melhor de cinco jogos.
As profundas mudanças tentam aumentar o apelo da Davis, que vem perdendo público e a presença dos medalhões nas últimas temporadas. Tenistas como Roger Federer, Djokovic e Nadal vinham deixando a competição em segundo plano para priorizar competições individuais mais importantes. As Finais deste ano podem ter Djokovic e Nadal. O suíço ficará de fora porque seu país não avançou a esta fase.
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13 de setembro de 2019 | 04h30
O Brasil inicia nesta sexta-feira os confrontos com Barbados pela Copa Davis com uma equipe rejuvenescida. Os representantes da nova geração são João Menezes, campeão pan-americano em Lima, há cerca de um mês, e Thiago Wild, outra aposta, de apenas 19 anos. Complementam a equipe os jovens Felipe Meligeni Alves e Pedro Boscardin para buscarem experiência em eventos deste porte. O primeiro é sobrinho de Fernando Meligeni, tem 21 anos e ocupa o 393.º posto do ranking - já foi o 207.º. Compete atualmente em torneios menores, alternando entre competições de nível Future e Challenger, também nas duplas. Boscardin, ainda em fase juvenil, tem apenas 16 anos e integra o Time Guga, equipe de alto rendimento liderada por Gustavo Kuerten.
Fora da lista dos juvenis mais badalados do Brasil, João Menezes deu um salto evolutivo no circuito após viver boa parte de 2018 em Barcelona, treinando na academia 4Slam. O esforço fora do país deu resultados: ele vive seu melhor momento da carreira e fará sua estreia na Copa Davis nesta sexta.
Nome: João Menezes
Idade: 22 anos
Local de nascimento: Uberaba (MG)
Ranking: 194º
Principais títulos: Medalha de ouro no Pan-Americano de Lima, campeão do Challenger de Samarkand (Usbequistão) e vice do Challenger de Binghamton (EUA).
Número 1 do Brasil, Thiago Monteiro liderou o Brasil na última temporada nos jogos de simples, sem maior sucesso. Ainda em busca de maior experiência nas competições maiores, ele tem como maiores resultados no circuito da ATP as quartas de final do Rio Open (fevereiro de 2017) e do Torneio de Hamburgo (julho do ano passado), ambas as competições de nível ATP 500. Foi semifinalista em Quito, em competição menor, ATP 250, em fevereiro do ano passado.
Nome: Thiago Monteiro
Idade: 25 anos
Local de nascimento: Fortaleza (CE)
Ranking: 101º
Principais títulos: Challengers de Braunschweig (Alemanha), de Punta del Este (Uruguai) e Aix En Provence (França).
Mais jovem integrante do time brasileiro, Thiago Wild disputa sua primeira temporada completa entre os profissionais. E já registra seu melhor ranking, obtido justamente nesta semana. Em sua terceira convocação para a Davis, ele tem poucas chances de entrar em quadra neste fim de semana, a não ser que o Brasil garanta a vitória com facilidade, o que abriria a possibilidade de Wild jogar a última partida, para "cumprir tabela".
Nome: Thiago Seyboth Wild
Idade: 19 anos
Local de nascimento: Marechal Cândido Rondon (PR)
Ranking: 330º
Principais títulos: Campeão juvenil do US Open de 2018 e Futures de Montauban (França), Rio Preto (Brasil) e Antalya (Turquia).
Mais velho tenista da equipe brasileira, Bruno Soares soma cinco títulos de Grand Slam no currículo, entre duplas masculinas e mistas. No total, já são 31 troféus no circuito profissional. Em uma temporada irregular, com dois títulos, o especialista em duplas trocou o parceiro britânico Jamie Murray pelo croata Mate Pavic e ainda busca seu melhor entrosamento com o novo companheiro de jogo.
Nome: Bruno Soares
Idade: 37 anos
Local de nascimento: Belo Horizonte (MG)
Ranking: 22º (duplas)
Principais títulos: Campeão do Aberto da Austrália e US Open de 2016, ao lado de Jamie Murray; Aberto da Austrália de 2016 e US Open de 2012 e 2014, nas duplas mistas.
Mais experiente integrante da atual equipe brasileira em Copa Davis, Marcelo Melo vai jogar seu 24º confronto a partir desta sexta-feira. Dono de 33 títulos no circuito, o duplista faz uma temporada de altos e baixos, principalmente em razão de problemas físicos. Neste ano, tem apenas um título, obtido ao lado do polonês Lukasz Kubot.
Nome: Marcelo Melo
Idade: 35 anos
Local de nascimento: Belo Horizonte (MG)
Ranking: 5º (duplas)
Principais títulos: Campeão de Roland Garros em 2015 e de Wimbledon em 2017, vice-campeão do US Open em 2018.
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