Davis: Austrália faz plano contra Guga

Para superar Gustavo Kuerten, em abril, os australianos devem recorrer a Philippoussis, que tem um estilo de jogo que causaria mais dificuldades ao brasileiro.

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Por Agencia Estado
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A Austrália já conquistou o título da Copa Davis por 27 vezes, possui um time forte, mas está bastante preocupada com o Brasil. Por isso, os australianos estão dispostos a esquecer todos os recentes problemas que tiveram com Mark Philippoussis, colocar panos quentes nas suas intrigas com Patrick Rafter e contar com a força de seu jogo e violência de seu saque para enfrentar Gustavo Kuerten, no confronto válido pelas quartas-de-final da competição, de 6 a 8 de abril, provavelmente em Florianópolis. A escalação do time australiano já estaria até definida, segundo jornalistas da Austrália. Na sexta-feira, Lleyton Hewitt jogaria com o tenista número dois do Brasil, Fernando Meligeni, e Philippoussis pegaria Guga. Para as duplas, no sábado, Rafter jogaria ao lado de Todd Woodbrige. Rafter também poderia ser titular das simples no domingo, dependendo dos resultados anteriores. O plano é ter Philippoussis diante de Guga, pois os australianos julgam que o tenista número 1 do Brasil não se sente bem diante de adversários de saque muito forte e que costumam ir à rede com freqüência. Esta idéia ganhou mais força ainda com a eliminação de Gustavo Kuerten no Aberto da Austrália deste ano, justamente para um jogador com estas características, como o inglês Greg Rusedski. Philippoussis não joga pela equipe de seu país desde a decisão do título de 1999, em Nice, contra a França. O clima para este confronto da Copa Davis já começa a esquentar, apesar de ainda faltarem quase dois meses para os jogos. O técnico da equipe australiana, John Fitzgerald, até já lançou uma espécie de desafio, com tom de provocação: "O Brasil tem o tenista número 1 do mundo em quadras de saibro, mas temos um time inteiro de alta qualidade", disse ele, insinuando que o time brasileiro tem apenas Guga e nada mais. Patrick Rafter também já começou a fazer pressão, ao alertar a Federação Internacional de Tênis (ITF) para o comportamento da torcida brasileira. Ele disse que tem enorme preocupação em jogar no Brasil, pois teme a hostilidade dos torcedores. No fim do ano passado, os jogadores australianos fizeram um protesto junto à ITF por causa do comportamento da torcida espanhola na decisão da Copa Davis de 2000, em Barcelona. Eles acreditam que o mesmo possa se repetir no Brasil e, com a forte tradição e a força junto aos dirigentes internacionais, já acenam com uma guerra fria para o confronto contra os brasileiros, na definição de uma vaga para as semifinais da Davis 2001.

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