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Entidade defende farmácia acusada por Bellucci em caso de doping

Segundo Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, a contaminação alegada é 'improvável'

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Por Redação
Atualização:

A Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) saiu em defesa da Body Lab, farmácia de manipulação que o tenista Thomaz Bellucci acusou de contaminação cruzada em seu caso de doping. Segundo a entidade, a contaminação alegada pelo atleta é "improvável". A defesa de Bellucci afirmou em entrevista ao Estado que vai processar a farmácia.

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O tenista, ex-número 21 do mundo, revelou na semana passada que foi flagrado em teste antidoping em julho. Ele foi notificado somente em setembro e alegou lesão para se afastar do circuito nos últimos meses do ano. A punição aplicada pela Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) saiu somente no dia 31 de dezembro.

Thomaz Bellucci, tenista brasileiro Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Bellucci foi punido com suspensão de cinco meses por causa da presença do diurético hidroclorotiazida em uma amostra sua. A decisão, porém, foi retroativa ao início de setembro. Desta forma, ele poderá voltar a jogar em fevereiro. Antes, ficará de fora do Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada.

Em sua defesa, o tenista alegou contaminação cruzada na manipulação dos suplementos que toma em sua preparação física. E apontou a farmácia Body Lab como a responsável pela contaminação. A farmácia de manipulação já negou qualquer erro ou contaminação na preparação dos suplementos do atleta.

Para Ademir Valério, presidente do Conselho de administração da Anfarmag, a alegação da farmácia tem consistência. "Essa atividade é regida por uma das legislações sanitárias mais rigorosas do mundo e fortemente amparada em tecnologia", afirma Valério, que aponta ainda o controle de processo, a tecnologia envolvida, a rastreabilidade e os procedimentos envolvidos como responsáveis por tornar a contaminação improvável.

"O processo de manipulação é seguro e não permite a contaminação. Porém, vamos extrapolar: admitindo que houvesse eventual equívoco no processo que levasse à contaminação acidental com um diurético, necessariamente haveria também a presença de outros fármacos combinados com essas substâncias, uma vez que elas estão sempre em associação nos medicamentos manipulados. Além disso, a distribuição desse diurético não seria uniforme entre supostas cápsulas contaminadas. Isso pode ser rastreado e precisa ser levado em conta", argumentou.

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Valério cita estudo realizado pela própria Anfarmag, em 2010, em que aponta a baixa incidência de diuréticos em prescrições médicas em farmácias de manipulação. A pesquisa apontou apenas 2% deste tipo de medicamento em cerca de 27 mil fichas de pacientes em estabelecimentos do tipo. E não houve registro de nenhuma receita de diurético isolado.

Segundo o presidente da entidade, o estudo tira o peso da acusação de Bellucci contra a farmácia localizada no Rio de Janeiro.

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