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Ex-tenista Alexandr Dolgopolov luta na Ucrânia: 'Não sou Rambo, mas estou bem com armas'

Competidor de 33 anos enfrenta tropas russas em Kiev depois de deixar circuito por causa de lesões

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Por Redação
Atualização:

O exército ucraniano ganhou mais um reforço do mundo dos esportes nos últimos dias. Aposentado no início do ano, o agora ex-tenista Alexandr Dolgopolov se alistou, fez treinamento para aprender a usar as armas e já está em Kiev para lutar ao lado dos compatriotas contra a invasão da Rússia.

Aos 33 anos, Dolgopolov deixou o circuito profissional neste ano após enfrentar uma série de lesões nas últimas temporadas. Ele tem três títulos de nível ATP no currículo, chegou a ocupar o posto de número 13 do mundo em 2012 e alcançou as quartas de final do Aberto da Austrália, um ano antes.

Dolgopolov tem títulos nível ATP e hoje luta na Ucrânia contra tropas russas Foto: Max Rossi/Reuters

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Nos últimos dias, o ucraniano vem contando um pouco sobre sua vida de soldado. Numa das publicações nas redes sociais, exibiu seu "novo equipamento" de trabalho: um colete à prova de balas, capacete, arma pesada e munições. "Costumavam ser raquetes e cordas, agora é isso", afirmou o ex-atleta, referindo-se ao armamento.

Dolgopolov estava na Turquia com sua mãe e sua irmã quando a invasão russa na Ucrânia teve início, no mês passado. Assustado, ele decidiu inicialmente que iria ajudar com divulgação de informações nas redes sociais e ajuda em dinheiro para o exército do seu país. Mas acabou mudando de ideia quando percebeu que a guerra cresceria e afetaria todo o país.

Ainda na Turquia, ele começou a ter aulas de tiro com um ex-militar durante uma semana. "Não me tornei o Rambo em uma semana, mas estou bem confortável com as armas. Consigo acertar a cabeça (do alvo) em três de cinco tentativas a uma distância de 25 metros, num ambiente mais calmo, de treino", afirmou o ex-atleta.

O ucraniano revelou também que, enquanto fazia seu treinamento, preparava a entrada em seu país. E levou equipamentos militares para o exército, como coletes à prova de balas e óculos de visão noturna.

"Enquanto treinava, comecei a organizar a volta. Encontrei outros planejando ir dos Estados Unidos para a Ucrânia e, quando estávamos prontos, começamos nossa viagem. Precisamos de alguns coletes à prova de balas e voamos para Zagreb, onde compramos tudo o que precisamos e nos dirigimos pela Europa, entrando na Ucrânia pela Polônia. Agora estou em Kiev", relatou.

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Dolgopolov disse ainda ter orgulho da mobilização e da resistência dos ucranianos e chamou o presidente russo Vladimir Putin de "ditador maluco". "Estou orgulhoso do quão unido nosso país está diante da pressão de um ditador maluco. A verdade está conosco e esta terra é nossa. Vou ficar em Kiev até nossa vitória e depois."

Antes de Dolgopolov, outros ex-tenistas também se juntaram ao exército ucraniano, como Sergiy Stakhovsky e Andrei Medvedev. Outros atletas fizeram o mesmo, caso dos boxeadores Oleksandr Usyk e Vasiliy Lomachenko.

Ex-campeões mundiais dos peso pesados, os irmãos Wladimir e Vitali Klitschko estão na guerra também. Vitali, por sinal, é o atual prefeito da capital Kiev.

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