PUBLICIDADE

Publicidade

Guga mantém boicote à Copa Davis

O tenista embarca nesta quarta-feira para a temporada européia de quadras de saibro e promete viver grandes momentos, jogando o seu melhor tênis.

Por Agencia Estado
Atualização:

Com muitas esperanças de reencontrar-se com seu melhor tênis, Gustavo Kuerten embarca nesta quarta para a temporada européia de quadras de saibro, período que certo tempo atrás ficou conhecido como seu "ganha pão". Em situação bem diferente, mas sem pontos para defender, Guga vai jogar em Monte Carlo, na próxima semana, depois disputa o ATP Tour de Barcelona e os Masters Series de Roma e Hamburgo, culminando a temporada com Roland Garros. Antes de viajar, o tenista, como de costume, deu uma longa entrevista no Balneário de Camburiu, na academia do técnico Larri Passos, e confirmou que mantém sua decisão de boicote à Copa Davis, enquanto persistir a atual administração da CBT, conforme comunicado distribuido pela assessoria de imprensa do jogador. "Quero ver se volto ao meu estilo, fazendo jogadas audaciosas, sempre do jeito agressivo que gosto. Isso vai ser importante e vou também tentar curtir esses principais torneios, que são os meus favoritos. É um mês bastante importante e empolgante para mim", disse o tenista que já ganhou o chamado Grand Slam do saibro, vencendo títulos de Monte Carlo, Roma, Hamburgo e Roland Garros. Na Davis, Guga vê mesmo uma situação dificil para o time brasileiro que terá de enfrentar a Venezuela, em Caracas, em julho. "Tomara que as coisas se esclareçam mais, em relação a CBT. Continuo mantendo a minha opinião e não sei qual vai ser o procedimento das eleicões, está tudo meio no ar. Era essa a dúvida que a gente tinha antes do confronto com o Paraguai. Vamos ver se essa mudança se concretiza para que a gente possa voltar a competir". Se as eleições realmente acontecerem, apesar das dúvidas e ameaças de liminares, Guga confirmou que volta a jogar, se houver mudança na administração da CBT. "Acho que agora, mais do que nunca, houve tantos comentários do pessoal exigindo que a gente jogasse, que era certo que o Nélson estava saindo e a gente sabia que a coisa não era bem assim. A coisa estava muito no ar. Com política nunca me envolvi e não conheço como é o protocolo, dentro da lei e o que vale e o que não vale. Só tenho cada vez mais certeza de que não tenho nada compatível com essa administração, aliás cada vez menos. Espero por mudanças para voltar a jogar." Para Guga, a derrota para o Paraguai mostrou a realidade do tênis brasileiro. "Não faz nem um ou dois anos que eu ganhei o meu primeiro Roland Garros. Já faz até quase 10 e a mudança nunca foi exigida de imediato. Sei que o tênis exige um trabalho a longo prazo, mas neste período já tinha que haver várias coisas concretas de mudanças positivas no tênis. Isso demonstrou que não temos nenhum trabalho envolvendo jogadores. Para seguir com esperanças de voltar a jogar na Davis e também buscar boas campanhas na Europa, o tenista esclareceu dúvidas sobre sua cirurgia. "Estou me sentindo bem e a dor realmente é um fato que hoje em dia o esportista convive muito, especialmente o tenista que está dando o seu 100% o tempo todo. Tenho bastante coisa para evoluir na parte de resistência e mobilidade, mas a dor não me incomoda e é bem mais fácil de se lidar do que antes da cirurgia. O que eu preciso trabalhar mesmo é a mobilidade e a resistência, que são os pontos principais para eu crescer. Estive com o médico que me operou em Nashville (Thomas Byrd) e ele me confirmou que a parte da minha estrutura óssea está boa e ficou bem satisfeito com o que viu", afirmou Guga. Em um dia disposto a conversar sobre tudo, Guga até falou de sua aposentadoria, hipótese levanda por Fernando Meligeni. "Não estou pensando em aposentadoria de jeito nenhum. Estou legal, e o fundamental é que eu curto bastante competição, o que envolve o tênis em si. Para mim é uma satisfação treinar e jogar. Enquanto mantiver um nível alto e jogar os principais torneios de igual para igual com os maiores jogadores, vou continuar jogando". Guga disse ainda que viaja com a cabeça diferente do ano passado, quando teve problemas nesta temporada e concluiu. "Quero voltar tão feliz quanto estou indo. Na mesma forma de empolgação e isso significaria vencer várias partidas, vencer partidas boas e viver grandes momentos, jogando o meu melhor tênis."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.