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Guga tentará voltar aos bons tempos

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Por Agencia Estado
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Cena 1: Guga, depois de conquistar o Masters Series de Cincinnati, em 2001, em quadra dura, à noite vai ao show de Carlos Santana. O músico, além de anunciar a presença, o chama, sob imenso aplauso, para o palco, onde o brasileiro tenta acompanhá-lo nos vocais. Cena 2: mais ou menos na mesma época, Guga entre amigos na porta da boate W, em Nova York. Uma fila grande, o segurança comenta com o encarregado de selecionar quem vai entrar: "Aquele ali eu não sei o nome, mas sei que é famoso." Guga e seus amigos passam por todo mundo e entram. Essas cenas foram comuns na vida do melhor tenista brasileiro de todos os tempos. Poderiam entrar outras. Como a do ex-tenista australiano Patrick Rafter o convidando para pegar ondas na Nova Zelândia. Mas, quando chegaram, as ondas estavam tão fortes que Rafter e o irmão teriam ?afinado?. Só Guga e o preparador físico Eduardo Faria caíram na água. Ou ainda fazendo papel de repórter procurando Anna Kournikova no hotel das jogadoras na Austrália. Guga não gosta de entrevistas, mas gosta de brincar com as câmeras. Guga teve seu auge em 2000, quando terminou a temporada em primeiro lugar do mundo - o primeiro sul-americano a conseguir tal feito. Foi eleito naquele ano o melhor do mundo após ganhar dos grandes Andre Agassi, Pete Sampras, Yevgeny Kafelnikov. Guga era coberto de patrocinadores, teve cinco de uma vez, muitos queriam associar sua boa imagem a seus produtos, como a Renault, Diadora, Olympikus, Motorola, entre outras. Especialistas de marketing afirmam que faturou mais de US$ 50 milhões na carreira - US$ 14,6 milhões só em prêmios. Hoje, o tenista de 28 anos mantém o Banco do Brasil, cujo contrato terá de ser renegociado este ano, a Head e licenciamento da Rider. Não tem vínculo com fabricante de uniforme - negociação com a Fila não teria chegado a um acordo sobre duração. Novos tempos. Recentemente, o tenista se separou do técnico Larri Passos, depois de 15 anos de convivência. Não se sabe o motivo. Guga disse que está maduro para fazer tudo sozinho. Larri é conhecido por pegar pesado nos treinos. Nesta segunda-feira, Guga retorna às competições, em Valência, na Espanha, depois de quase sete meses afastado por conta da segunda operação no quadril. Se para o Brasil ele ainda é um ídolo, para o mundo ele continua sendo um dos favoritos dos fãs de tênis, segundo a internacional Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Na opinião da entidade, Guga foi um dos jogadores que mais ajudaram a divulgar o esporte, não só no Brasil como no mundo. O Brasil teve nomes como Thomas Koch e Maria Esther Bueno e até o campeão de Wimbledon Bob Falkenbourg, na década de 40, que veio morar no País e abriu a rede Bob?s de lanchonetes. Mas foi Guga, tricampeão em Roland Garros, quem mostrou o tênis aos brasileiros, mesmo sem tevê aberta. O tenista disputou um torneio pela última vez em 1º de setembro, quando perdeu na estréia do US Open para o finlandês Kristian Pless. Mas em Valência seu prestígio está em pé de igualdade com o dos espanhóis Rafael Nadal (o garoto campeão na Costa do Sauípe, em fevereiro, e vice em Miami, neste domingo) e Juan Carlos Ferrero. Tanto que Guga foi recebido pela imprensa no aeroporto. O ATP espanhol tem premiação de ? 340 mil (R$ 1,2 milhão), sendo ? 46,7 mil (R$ 186 mil) para o campeão. Dá 175 pontos no ranking e 35 na Corrida dos Campeões. Mas o objetivo de Guga é estar em forma em Roland Garros, no fim de maio.

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