Inovadora e com aval da ATP, Laver Cup tem reencontro de Federer e Nadal

Em sua terceira edição, o torneio, que envolve um Time Mundo e um Time Europa, conta com aval da ATP pela primeira vez

PUBLICIDADE

Por
Atualização:

A terceira edição da Laver Cup terá início nesta sexta-feira, em Genebra, testando a mesma fórmula que fez sucesso em 2018 e, principalmente, em 2017, quando reuniu Roger Federer e Rafael Nadal no mesmo time e até na mesma dupla. Pela primeira vez, a competição por equipes, envolvendo um Time Mundo e um Time Europa, conta com aval da ATP, com espaço reservado no disputado calendário do circuito masculino. Após passar por Praga e Chicago, a Laver Cup será disputada em solo suíço, entre sexta e domingo, em quadra indoor. No ano passado, o destaque foi a parceria entre Federer e o sérvio Novak Djokovic, que não teve o mesmo sucesso da dupla formada pelo suíço e por Nadal em 2017. O feito chegou a disputar o Prêmio Laureus na categoria Melhor Momento Esportivo, mas acabou perdendo para a homenagens às vítimas do acidente aéreo da Chapecoense.

Federer e Nadal lideram o Time Europa, que tem como capitão o sueco Björn Borg Foto: Julian Finney/Getty Images

PUBLICIDADE

Neste ano, mais uma vez Federer (3º do ranking) e Nadal (2º) vão liderar o favorito Time Europa, que terá ainda o austríaco Dominic Thiem (5º), o alemão Alexander Zverev (6º), o grego Stefanos Tsitsipas (7º) e o italiano Fabio Fognini (11º). A equipe terá como capitão o sueco Björn Borg. Do outro lado, os europeus terão pela frente uma equipe quase toda composta por tenistas da América do Norte: os norte-americanos John Isner (20º), Jack Sock (210º) e Taylor Fritz (30º), os canadenses Milos Raonic (24º) e Denis Shapovalov (33º), o australiano Nick Kyrgios (27º), todos sob o comando do também americano John McEnroe. Não bastasse os importantes tenistas dentro de quadra, a Laver Cup tem como um dos seus principais atrativos o apelo visual, a começar pela incomum quadra dura preta. Sob a forte iluminação e a transmissão de televisão recheada de recursos (com câmeras e ângulos inesperados, além da cobertura dos "bastidores" dos jogos), a quadra se parece mais um palco, após seguidos estudos por parte dos organizadores. "Toda a arena é feita para ter um efeito dramático, com as luzes e as telas ao redor da quadra, as cores dos times e os bancos [de descanso, com a presença dos capitães], todas as inovações que nunca fizeram parte do tênis antes", enumera Federer, um dos criadores do torneio, em entrevista ao jornal The New York Times. O suíço, que homenageia a lenda australiana Rod Laver, trata a competição como um dos seus maiores legados ao esporte. Neste ano, o esforço das edições passadas foi premiado pela aprovação da ATP para a entrada no calendário, o que significa grande vitória para os organizadores num momento em que voltaram a pipocar no circuito as competições entre países.RIVALIDADE ENTRE TORNEIOS

Ao mesmo tempo em que a Laver Cup desponta como sucesso de público (os ingressos para o fim de semana estão esgotados) e também entre os tenistas, a Copa Davis apresenta seu formato renovado em novembro e, em janeiro, o calendário terá o acréscimo da ATP Cup, nova competição entre países.

Federer destacou as inovações na arena da Laver Cup Foto: Clive Brunskill/Getty Images

Nos bastidores, a disputa dos torneios é pela atenção dos medalhões e dos fãs de tênis. Nesta briga, a Laver Cup saiu na frente, por ter Federer e Nadal juntos novamente. A ATP Cup já teve confirmada as presenças dos dois. E a Copa Davis parece correr atrás do prejuízo. O mais provável é que tenha apenas o sérvio Novak Djokovic, atual número 1 do mundo, em Madri. Na opinião de Federer, há espaço para as três competições, em razão das mudanças na Davis, que passou a ocupar menos datas no calendário ao longo da temporada. "Com certeza. Havia lugar antes para quatro datas diferentes para jogos da Davis. Agora teremos ainda menos datas na Davis", disse o suíço, nesta quinta-feira.FORMATO

 Em cada dia da disputa, a Laver Cup conta com quatro jogos, sendo três de simples e um de duplas. Cada partida será em melhor de três sets. Em caso de empate, o duelo será decidido em um match tie-break até 10 pontos, o que reduz o tempo das partidas, preocupação constante dos diretores dos torneios nos últimos anos. "Como jogador, é divertido misturar um pouco as coisas e competir numa atmosfera tão diferente da que costumamos encarar nas semanas normais no circuito. Espero que, com o que estamos fazendo na Laver Cup, com um visual mais século 21, possamos ajudar a trazer mais fãs para o tênis", disse Federer. Pelas regras do torneio, cada triunfo nas partidas desta sexta-feira valerá um ponto no placar geral do confronto entre Time Mundo e Time Europa. No sábado, a pontuação será de dois pontos e, no domingo, cada vitória renderá três pontos. Vence a equipe que alcançar 13 pontos primeiro. Nesta sexta, a abertura terá Thiem contra Shapovalov a partir das 8 horas (horário de Brasília), com transmissão pela ESPN. O jogo será seguido por Fognini x Sock, Tsitsipas x Fritz e Federer ao lado de Zverev nas duplas contra Shapovalov e Sock.BRASILEIRO NA LAVER CUP

Um dos fundadores e organizadores da competição, Federer tem como seu parceiro na competição o amigo brasileiro Jorge Paulo Lemann. Homem mais rico do Brasil, o empresário tem fortuna estimada em US$ 25 bilhões.

Jorge Paulo Lemann durante partida realizada em Recife, em 1972 Foto: Arquivo/Estadão

Sócio do fundo 3G, que tem participações em gigantes como AB InBev, Burger King e Kraft Heinz, Lemann foi tenista profissional. Defendeu tanto o Brasil quanto a Suíça na Copa Davis. Em 1973, até venceu um set contra o argentino Guillermo Vilas, outra lenda do tênis. Na Suíça, onde tanto o brasileiro quanto Federer moram, não é incomum ver os dois amigos em quadra. No Brasil, Lemann foi um dos idealizadores do Instituto Tênis, localizado em Barueri (SP). A entidade tem por objetivo descobrir e promover novos talentos no País.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.