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Lesão deixa futuro de Guga incerto

O tenista brasileiro sofre de uma pubialgia em fase avançada e em caso de cirurgia deve ficar até quatro meses fora das quadras.

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos maiores ídolos do esporte nacional na atualidade, o tenista Gustavo Kuerten está com o futuro incerto. Derrotado na estréia do Aberto da Austrália pelo francês Julien Boutter por 3/6, 4/6, 7/5, 6/3 e 6/3 e sentindo os efeitos de uma antiga contusão, que já o incomoda há oito meses, Guga está disposto a tudo para livrar-se de uma lesão que chegou a um ponto insuportável. Frustrado e com dores, fala até na possibilidade de passar por uma cirurgia e não sabe sequer se vai ter condições de defender o Brasil na Copa Davis, na estréia do Grupo Mundial de 2002, de 8 a 10 de fevereiro, em Ostrava, diante da República Checa. "O resultado desta partida pouco importa, a pior derrota para mim foi como cheguei ao final da partida", disse Guga desolado com a incapacidade de correr nas bolas e mostrar seu verdadeiro tênis. "Só consigo jogar por uns 40 minutos e depois não tenho mais como manter o meu nível. É frustrante chegar a este ponto." A contusão de Guga começou em março do ano passado, nos primeiros torneios de quadras rápidas nos Estados Unidos, em Indian Wells e Miami. Desde de então vem usando de paliativos para mascarar o problema e jamais deixou de jogar sem sentir as dores, ou mesmo a base de intensos tratamentos. Para o médico da equipe brasileira da Copa Davis, Rogério Teixeira, a lesão de Guga trata-se de uma pubialgia em fase avançada. E ele garante que se não houver nenhuma instabilidade vertical na bacia do tenista - o que exige exames criteriosos - uma cirurgia poderia resolver o problema relativamente rápido. Em três ou quatro meses, Guga voltaria a jogar em nível competitivo. "Jamais examinei o Guga quanto a este problema, pois nos jogos da Davis ele nunca me procurou para isso, mas pelos sintomas apresentados não há dúvidas de que se trata de uma lesão na púbis", afirmou Teixeira, especializado em medicina esportiva. "Estou tratando de três juvenis com estes mesmos sintomas e como o Guga exige demais de sua perna direita, há um desequilíbrio da musculatura e, por isso, vem a irradiação no adutor, causando estas dores na virilha." Para Teixeira, a insistência de Guga em seguir jogando só tende a agravar ainda mais o problema. O próprio tenista parece já estar se convencendo desta realidade. Em Melbourne, admitiu a necessidade de ficar afastado por um período da quadra. "Tenho de parar", disse Guga, depois de sua derrota para Boutter. "Não consegui dar o meu melhor em cinco sets e não posso jogar dessa maneira." Especialista - Dono de uma técnica própria, o médico Joaquim Grava, considerado um dos maiores especilistas em pubialgia do Brasil, com um currículo de 42 cirurgias deste problema, garante que em casos avançados não há tratamento clínico que resolva o problema. "Tenho uma técnica chamada "manobra de grava", em que se determina se o caso é clínico ou cirúrgico", contou Joaquim Grava. "Apliquei minha técnica cirúgica em vários jogadores de futebol, como o Marcelinho Carioca, que voltou a jogar em apenas 21 dias." Joaquim Grava conta que muitos outros jogadores de futebol voltaram aos campos em pouco tempo. Tratou também do atleta Claudinei Quirino, que em quatro semanas, estava correndo normalmente. No caso de Guga acredita que a recuperação seja mais simples: "O tenista não usa o músculo adutor para chutar, como os jogadores de futebol", contou. "Mas de qualquer maneira é preciso ver o paciente para dar qualquer diagnóstico."

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