PUBLICIDADE

'Meta agora é o US Open e o ATP Finals', diz Marcelo Melo

Brasileiro conquista troféu de Wimbledon e volta a ser número 1 do mundo nas duplas

Por
Atualização:

O troféu de Wimbledon está na bagagem, as fotos do tradicional Jantar de Gala estão nas redes sociais e Marcelo Melo, mesmo ainda em clima de comemoração, já começa a pensar nos próximos desafios. Dois dias após a realização do sonho na grama de Londres, o duplista brasileiro concedeu entrevista exclusiva ao Estado e avisou que já "atualizou" as metas para o restante da temporada.

"Minha principal meta desde o início do ano era conquistar Wimbledon. Agora, felizmente, vamos ter que estipular novas metas", disse Melo, em tom bem humorado. O novo planejamento foi influenciado por mais uma grande notícia para o brasileiro. Nesta segunda-feira, ele e o polonês Lukasz Kubot tiveram confirmada a vaga no ATP Finals, com quatro meses de antecipação.

Melo quebrou jejum brasileiro em Wimbledon e lidera o ranking de duplas da ATP. Foto: Matthew Childs / Reuters

PUBLICIDADE

O torneio reúne as oito melhores duplas e os oito melhores tenistas de simples da temporada em Londres, entre 12 e 19 de novembro. Antes disso, Melo e Kubot terão pela frente o US Open, no fim de agosto. Mais do que nunca, eles serão a parceria a ser batida na temporada. Brasileiro e polonês lideram o ranking de duplas.

Além disso, Melo retomou a primeira posição do ranking individual entre os duplistas. É a segunda vez que chega ao topo, como aconteceu entre 2015 e 2016. O título em Wimbledon marca ainda o segundo Grand Slam na trajetória do mineiro de 33 anos, que é o brasileiro com o maior número de títulos na carreira, com 27 troféus. Além disso, encerrou um jejum de 51 anos sem títulos do País na grama londrina.

De quebra, ele embolsou 200 mil libras (cerca de R$ 834 mil). É o terceiro da lista dos tenistas brasileiros em valores de premiação, com US$ 4,7 milhões (quase R$ 15 milhões, na cotação atual). Só está atrás de Gustavo Kuerten (US$ 14,8 milhões) e Thomaz Bellucci (US$ 5 milhões), ambos mais dedicados aos jogos de simples.

Marcelo Melo fatura título de duplas e encerra jejum de 50 anos do Brasil emWimbledon Foto: Kirsty Wigglesworth/ AP Photo

Às vésperas do seu retorno ao Brasil, Marcelo Melo concedeu a seguinte entrevista ao Estado por telefone:Você faturou um título histórico para o Brasil, realizou o sonho de infância e ainda voltou ao topo do ranking. Como resumir tantas conquistas em apenas duas semanas? Estou muito feliz com essa conquista aqui em Wimbledon. Todo mundo sabe que era meu torneio favorito, sempre deixei claro que gosto de jogar na grama. Tem toda tradição no tênis, a maioria dos tenistas quer e sonha ganhar em Wimbledon. Foi realmente uma conquista muito especial, não só pelo título, mas também pela volta ao número 1 do mundo.É o maior feito de sua carreira? Não tenho como dizer se é o maior feito. É um feito juntamente com Roland Garros e com a posição de número 1 do mundo. São três conquistas incríveis. Pode ser um pouco mais especial Wimbledon por ser meu torneio favorito, meu sonho. Mas Roland Garros também é muito especial para nós, brasileiros. É difícil saber qual é o mais importante.Quão diferente é este título do que você conquistou em Roland Garros? Roland Garros foi meu primeiro título de Grand Slam. É um torneio especial para os brasileiros. E Wimbledon, num piso completamente diferente, tem toda a tradição do tênis, são dois títulos muito importantes, diferentes, é difícil falar... As duas conquistas são muito equiparáveis.Quais as próximas metas para esta temporada? Minha principal meta desde o início do ano era conquistar Wimbledon. Agora, felizmente, vamos ter que estipular novas metas. Com certeza vamos continuar firmes, em busca de outros títulos, como os de Masters 1000, do US Open e do ATP Finals, no final do ano, em Londres. Acabamos de nos classificar para o Finals.Você se tornou um dos tenistas mais bem pagos do país, o que mostra que jogar duplas é um ótimo caminho a seguir no Brasil. Como incentivar mais esta modalidade no tênis brasileiro? Quanto a ser um tenistas mais bem pagos, acho que isso é muito relativo. Se não me engano, são 15 anos de carreira, muita coisa aconteceu neste tempo todo. Nossos juvenis, nosso jogadores que estão começando agora no tênis, devem focar em simples e nas duplas. Não somente nas duplas. É muito importante ter os dois juntos. A questão principal tem que ser desfrutar o tênis, independente das recompensas monetárias. Tem que curtir jogar tênis, tanto em simples quanto em duplas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.