Publicidade

Nadal ainda não está disposto a viajar para o Aberto dos Estados Unidos

Tenista espanhol venceu o torneio nada menos que 12 vezes, mas esta é uma temporada única

PUBLICIDADE

Por Christopher Clarey
Atualização:

Tradicionalmente, esta é a época em que Rafael Nadal costuma dominar: a semana em que o principal torneio mundial de tênis em quadra de saibro, o Aberto da França, se encerra, e quando Nadal garante mais um título individual.

O tenista espanhol venceu o torneio nada menos que 12 vezes, mas esta é uma temporada única, e em vez de encher a mão e berrar “vamos” depois de mais um forehand matador em Paris, ele passou a quinta-feira em sua academia em Manacor, em Mallorca.

Nadal ainda não está disposto a viajar Foto: Lukas Coch/ EFE

PUBLICIDADE

O Aberto da França, originalmente realizado de 24 de maio a 7 de junho, foi adiado para o final de setembro e início de outubro por causa da pandemia do coronavírus. O Aberto dos EUA, o próximo torneio Grand Slam da temporada, provavelmente não se realizará, mas continua marcado para 31 de agosto a 13 de setembro em Nova York, cidade que tem sido particularmente afetada pelo vírus.

“Bom, não é uma situação ideal, honestamente”, disse Nadal, que ganhou o seu quarto Aberto dos EUA individual no ano passado. “Se você me perguntar se quero viajar agora para Nova York para jogar um torneio de tênis, direi que não, não vou. “Não sei se a situação melhorará dentro de alguns meses, e tenho certeza de que os organizadores do evento, a USTA, querem um evento seguro, assim como a federação francês,” afirmou Nadal aos jornalistas especializados em uma entrevista pelo Zoom.

Os torneios de tênis masculinos e femininos estão suspensos desde meados de março, quando o Open BNP Paribas em Indian Wells, Califórnia, foi cancelado às vésperas do evento classificatório. Naquela altura, Nadal e a sua equipe já se encontravam em Indian Wells.

Ele voltou a Mallorca, uma das Ilhas Baleares na Espanha, e passou mais de dois meses em isolamento antes de retomar os treinos, ainda que limitados, no mês passado. A Espanha, que começa agora a reabrir sua economia, foi duramente atingida pela pandemia, com mais de 240 mil casos confirmados e aproximadamente 30 mil mortes.

Embora as exibições de tênis estejam sendo organizadas na Europa e nos Estados Unidos, os jogos foram adiados até pelo menos o mês de agosto, à espera de uma decisão no final deste mês a respeito do Aberto dos EUA.

Publicidade

Representantes da Associação Americana de Tênis mostram-se cautelosamente otimistas. Muito provavelmente, os jogos serão realizados sem público, os jogadores limitarão as equipes de suporte e estarão sujeitos a testes frequentes. Além disso, os seus movimentos serão restritos aos hotéis oficiais e ao local do torneio a fim de proteger a própria saúde.

“Acredito que eles tomarão a decisão certa no momento certo paragarantir que, se o torneio se realizar, seja em circunstâncias seguras”, afirmou Nadal. “Se não, na minha opinião, não fará sentido algum”.

Nadal disse que considera importante que os jogos recomecem somente quando as restrições globais às viagens forem suspensas para permitir que todos os jogadores autorizados possam participar dos eventos. E acrescentou que não tem certeza de que os torneios possam retomar em 2020.

“Nós temos excursões no mundo inteiro,” falou. “Precisamos ter muita certeza. Precisamos ser responsáveis. Precisamos mostrar uma atitude firme, e precisamos ser um exemplo positivo para a sociedade. Precisamos compreender que estamos vivendo uma situação sem precedentes, e na minha opinião, deveremos voltar quando todos os jogadores de todos os países do mundo puderem viajar em condições seguras”.

Mas Nadal admitiu que talvez tenha de ceder em relação a este princípio e “provavelmentejogar” se os torneios recomeçarem com a restrição dos movimentos de alguns jogadores.

“Mas acho que esta não será uma coisa totalmente correta”, afirmou. “E eu quero que o meu esporte seja absolutamente honesto e correto principalmente nestas circunstâncias. / Tradução de Anna Capovilla

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.