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Oncins assume uma briga na Davis

Por Agencia Estado
Atualização:

Jaime Oncins, ex-tenista profissional e atual treinador de André Sá, assumiu sábado oficialmente o cargo de capitão da equipe brasileira da Copa Davis, debaixo de intenso fogo cruzado. De um lado estão o número 1 do País, o catarinense Gustavo Kuerten, e seu técnico Larri Passos, e de outro Nelson Nastás, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), que colocou Oncins no cargo, no lugar de Ricardo Acioly, capitão desde 1998. Guga e Larri têm o cuidado de não atacar Oncins. Estão mirando apenas na CBT, pela forma que foi feita a mudança, sem consulta aos jogadores. "Vou provar que não estou compactuando com a atual diretoria", se defende Oncins. Nastás voou para um reunião com a Federação Internacional em Bruxelas e deixou que Oncins transmitisse aos colegas o fato novo, durante o Brasil Open, que está sendo jogado esta semana, na Costa do Sauípe. Há uma intensa disputa de poder na CBT, mas até então Guga e Larri não haviam se pronunciado. A Federação Catarinense encabeça um movimento pela transparência da entidade nacional. Um processo para que ela apresente suas contas está em andamento na Justiça. O técnico de Guga, no Sauípe, deixou bem claro de que lado está. "Me dediquei muito nos anos em que estive como técnico da Copa Davis (ao lado de Acioly). Deixei a Davis porque não compactuo com a direção da CBT. Na minha opinião essa troca de capitão veio na hora errada. Não tenho nada contra o Jaime (Oncins), mas só gostaria de saber por que houve essa troca de capitão, neste momento", disse Larri. E completou: "Com a atual diretoria da CBT eu nunca seria capitão." Ricardo Acioly diz que sua demissão foi comunicada quinta-feira. "Me disseram que haverá uma comissão de Copa Davis com Carlos Kirmayr, Oncins e Marcus Barbosa. Mas o presidente da CBT terá de encontrar um meio de resolver o problema com os jogadores, que estão muito revoltados", afirmou. Oncins, que chegou às semifinais da Davis jogando duplas com Guga, porém, acredita que pode enfrentar a complicada situação. "Existem muitas coisas erradas no tênis brasileiro. Vou entrar para brigar pela melhoria. Também fui pego de surpresa. Nunca neguei que gostaria de ser capitão da Davis, mas o Nastás me ligou no sábado pedindo para entrar em contato com os jogadores. Guga foi o último com quem falei." Ele concorda que a transição foi tumultuada. Espera a volta de Nastás para fazer uma reunião. Mas não está perdendo tempo. "Estou olhando os jogadores aqui no Sauípe com olhos de capitão." Oncins diz que a Davis "se joga com o coração, acima de políticas". Ele acredita que o episódio não vai arranhar sua boa imagem perante os jogadores. Mas também não está preocupado em acalmar Larri. "Não é meu papel. Ele tem a personalidade dele. E é melhor que fale pela frente do que por trás." E sua relação com Acioly? "Não há problema entre nós. Toda transição é delicada. A vida continua."

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