Sem recursos, escolinha de tênis luta para sobreviver na Rocinha

Projeto criado pelo ex-tenista Fabiano de Paula realiza vaquinhas virtuais para atender 100 crianças

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Por Gonçalo Junior
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Em 2015, o ex-tenista profissional Fabiano de Paula iniciou um projeto social para ensinar tênis gratuitamente para crianças e adolescentes da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Em função da crise econômica e do fim do apoio da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Seelje), o projeto luta para sobreviver.

Escolinha de tênis na Rocinha luta para conseguir recursos Foto: Expo Rio Open

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Uma das formas de arrecadar recursos foi uma ação de financiamento coletivo (vaquinha virtual). A meta é alcançar R$ 60 mil para regularizar o pagamento dos salários dos cinco professores. A escolinha que leva o nome do ex-tenista também aceita doações de roupas, materiais esportivos, alimentos. Hoje, o projeto atende 100 crianças entre 8 e 17 anos. O local onde funciona a escola foi uma quadra que havia sido inaugurada pelo tenista Novak Djokovic, quando esteve no Brasil, em 2012.

“Nosso objetivo maior é colocar o esporte no centro da vida das crianças, criando uma perspectiva de futuro. Nossa intenção inicial não é formar tenistas profissionais, mas sim mostrar como o tênis pode ajudar a formar cidadãos”, diz o ex-tenista que hoje atua como professor da modalidade.

Fabiano encerrou sua carreira profissional há dois anos exatamente por falta de patrocínio. Sua melhor posição no ranking de duplas foi a 128ª posição; no ranking de simples, ele chegou à 208ª posição. “Nós vivíamos uma crise, parecida com a de agora, e os recursos ficaram escassos para continuar competindo”, recorda-se.

O projeto também busca apoio na iniciativa privada. Atualmente, a Copagaz, empresa de gás liquefeito de petróleo (GLP), promoveu uma ação durante o Rio Open, maior torneio de tênis da América do Sul, para angariar recursos e contribuir com a vaquinha on-line. “Queremos incentivar os jovens para que aproveitem a oportunidade de praticar esporte e encontrar novas perspectivas”, diz Pedro Turqueto, diretor de Desenvolvimento e Gestão da empresa.

Alunos do projeto acompanharam algumas partidas do Rio Open como forma de incentivo para que continuem participando do projeto. "Todos os anos, as segundas-feiras são destinadas para os projetos sociais assistirem ao jogos do Rio Open. Neste ano, não foi diferente. O Rio Open nos dá esse prestígio", conta Fabiano. 

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