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Sucesso de Teliana impulsiona tênis feminino no Brasil

Especialistas apostam em nova safra de tenistas

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior
Atualização:

O ex-tenista Fernando Meligeni acredita que os resultados de Teliana podem significar um novo impulso para o tênis feminino no Brasil. Ao ser campeã do WTA de Bogotá, Teliana se tornou a primeira brasileira a levantar o troféu de um torneio de primeira linha desde 1988. A última brasileira vencedora havia sido Niege Dias, em Barcelona. 

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Ontem, ela conseguiu uma nova façanha e alcançou sua 11.ª vitória seguida. Teliana passou pela norte-americana Sanaz Marand por 2 sets a 0, com parciais de 6/2 e 6/0, pelo qualifying do Torneio de Marrakesh. Agora, Teliana está a uma vitória de alcançar a chave principal da competição marroquina. Para isso, ela precisará passar pela russa Marina Melnikova, que derrotou a dona da casa Ghita Benhadi na estreia do qualifying por 2 sets a 0, com parciais de 6/0 6/4.

“Há três ou quatro anos o tênis feminino praticamente não existia no Brasil. É preciso que haja um desbravador, alguém que comece. Depois que o Guga foi campeão em Roland Garros, por exemplo, eu fui semifinalista dois anos depois. O que a Teliana fez será lembrado para sempre”, diz o comentarista. “O tênis feminino estava numa situação bastante complicada, mas agora os resultados estão acontecendo”, diz Jorge Lacerda, presidente da Confederação Brasileira de Tênis. 

Teliana é a melhor brasileira dos últimos 25 anos Foto: Divulgação

Para o dirigente, os resultados de Teliana fazem parte de um contexto de valorização da modalidade. Segundo ele, o patrocínio dos Correios, o projeto olímpico (que apoiou a viagem de vários jogadores e treinadores) e o aumento do número de torneios da WTA no Brasil são os principais fatores dessa retomada. “Os investimentos na base também são importantes”, diz Jorge Lacerda. 

Além do título de Teliana, o Brasil comemorou a conquista do WTA de Bogotá nas duplas com Paula Gonçalves e Bia Haddad. Foi o primeiro título de Bia nas duplas em um WTA.

Para a lendária Maria Ester Bueno, o grande nome da história do tênis feminino brasileiro, Teliana está no caminho certo. “A vitória em Bogotá representa um grande salto. Ela venceu a Schiavone, Svitolina na semifinal e Schedova na final. Sem perder um set. Isso é muito bom para o tênis feminino no Brasil”, afirma a vencedora de 19 torneios de Grand Slam. 

Agora Teliana Pereira parte para Marrakech, no Marrocos, Cagnes Sur Mer e Saint Gaudens, antes de chegar a Paris para a disputa de Roland Garros entre maio e junho, seu maior objetivo. No ano passado, em sua primeira disputa, ela conseguiu avançar à segunda rodada da competição vencida três vezes por Gustavo Kuerten. “Amo Roland Garros e vou fazer de tudo para ir o mais longe que puder”, afirma Teliana. 

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“Ela já demonstrou firmeza no fundo de quadra, como manda a tradição sul-americana. Gosta de contra-atacar em vez de atacar, mas precisa aprimorar a agressividade, machucar o adversário, como se diz na gíria do tênis”, diz Meligeni.

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