Tênis: ataque abala norte-americanos

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Por Agencia Estado
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Jogadores norte-americanos que disputam o torneio na Costa do Sauípe, na Bahia, sofreram nesta terça-feira para tentar saber detalhes dos ataques aos Estados Unidos. Mas só os homens resolveram falar a respeito. Monica Seles, de 27 anos, a número 1 do torneio baiano, que mora em Sarasota, na Flórida, e Samantha Reeves Reeves, de 22, de Winscosin, optaram por não se pronunciar. Todas ficaram muito abaladas. Seles, pela programação, deve fazer o jogo da televisão, nesta quarta-feira, às 12h15, pela Record, contra a eslovaca Janette Husarova. Os três jogadores falaram em coletiva. Mashiska Washington, de 26 anos, que tem família em Nova York, era um dos mais preocupados. Disse que tentou contato com a família por telefone, mas não conseguiu. Ficou um pouco mais tranqüilo quando recebeu e-mails dizendo que todos estavam bem. Ele é irmão do ex-jogador profissional Malivai Washington, que hoje é comentarista de televisão. Mashiska já está fora do torneio, mas disse que continuaria jogando no torneio, "mesmo que estivesse acontecido o pior". Mashiska, que é negro, era o mais articulado do grupo. "Os povos precisam encontrar uma maneira de viver em paz. Nunca vi coisa igual. Não entendo como pessoas chegam a esse tipo de reação por discordar das atitudes de um governo", afirmou procurando olhar todos nos olhos. Ao seu lado estavam os californianos Devin Bowen, de 29 anos, branco, e Cecil Mamiit, de 24, de ascendência asiática. "Não recebi notícias ainda", disse Bowen. "Tenho amigos em Nova York, o que aconteceu foi devastador, um desastre. Não há como se defender desse tipo de ataque, mas também não vou mudar minha rotina, deixar de viajar por causa disso." Mamiit disputou um torneio em Washington antes de viajar para a Costa do Sauípe. "Está sendo um impacto muito grande, estamos todos muito preocupados", afirmou o jogador que enfrentará na próxima rodada o paraguaio Ramon Delgado. Os brasileiros Guga e Fernando Meligeni também mostraram preocupação. "Há duas semanas eu estava a 10 quarteirões de onde aconteceu o primeiro ataque. Estou triste e supreso ao mesmo tempo. Cada semana acontece uma coisa pior. Não sou político para saber onde isso vai parar. Mas vejo os jogadores dos Estados Unidos todos muito preocupados." Guga, sem graça por ter perdido na primeira rodada na Bahia, procurava palavras: "Temos de agradecer por estarmos vivos e com saúde. Outro dia tivemos aquele problema do seqüestro do Silvio Santos e veja o que aconteceu nos Estados Unidos, que parecia um país mais seguro..." Os organizadores do torneio haviam programado levar algumas tenistas em trajes de banho na praia, nesta terça-feira à tarde, para fazer fotos descontraídas. A sessão foi cancelada. Não havia clima.

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