
04 de abril de 2016 | 12h31
Um dos maiores nomes da história do automobilismo brasileiro vive crise financeira. Emerson Fittipaldi, bicampeão da Fórmula 1 (1972 e 1974), bicampeão das 500 milhas de Indianápolis (1989 e 1993) e campeão da Fórmula Indy (1989) teve seus bens penhorados pela Justiça e acumula dívida avaliada em R$ 27 milhões. Segundo o piloto, ele nunca omitiu suas dificuldades financeiras e ainda acredita em uma solução para a saúde financeira de suas empresas.
Na semana passada, a Justiça decidiu tomar os carros, troféus e até contratos publicitários do ex-piloto. Fittipaldi já foi dono de dez empresas em São Paulo, porém, muitas delas já estão falidas e com pendências de pagamento por prestações de serviço. O bicampeão de F-1 ainda possui fazendas de laranja na cidade de Araraquara, que não pôde ser penhorada por se encontrar em estado de abandono.
Massa lamenta 8º lugar no Bahrein
No fim de 2015, a Justiça bloqueou R$ 393 mil em suas contas bancárias, porém, apenas R$ 256,13 foram encontrados em mais de 26 contas. Nesta semana, oficiais estiveram no escritório do piloto (que também funciona como um 'museu') na Avenida Rebouças, em São Paulo, e levaram uma série de bens do piloto. Entre eles, o carro número 20 da Penske, com qual Emerson foi campeão das 500 milhas da Indy em 1989, e até o Copersucar, único carro brasileiro da história da F-1.
Os automóveis foram desmontados e guinchados. Eles serão avaliados e, posteriormente, leiloados. Segundo a TV Record, Fittipaldi está em situação de falência por não ter condições de saldar suas dívidas. Agora, o alvo da Justiça são seus bens do exterior, que podem ser usados para quitação.
Em nota de esclarecimento enviada por sua assessoria, Fittipaldi afirmou estar disposto a negociar com seus credores e atribui parte de sua dificuldade à crise que o Brasil enfrenta. A nota ainda afirma que os carros e troféus são patrimônio 'dedicado a todos os brasileiros' e deverão estar de volta ao local de origem em breve.
CONFIRA A NOTA DE ESCLARECIMENTO
Com relação a recentes episódios veiculados nos meios de comunicação, Emerson Fittipaldi afirma que nunca omitiu dificuldades financeiras e que sempre esteve disposto a negociar com seus credores.
O volume de seus débitos, inferior a seu patrimônio, é resultado de um cenário financeiro e político instável que o Brasil inteiro enfrenta. Como todo brasileiro, Emerson Fittipaldi acredita que vai resolver esta questão com seu trabalho. Ele tem confiança no futuro do panorama econômico do país e na saúde financeira de suas empresas.
Emerson Fittipaldi enfatiza que nunca se negou a dar entrevistas sobre o assunto e que busca parcerias e soluções para esta situação. O escritório de Emerson sempre esteve aberto e acessível a todos no mesmo endereço há mais de 20 anos.
Os carros de competição e troféus conquistados pelo bicampeão de Fórmula 1 e das 500 milhas de Indianápolis pertencem a um Museu dedicado a todos os brasileiros que amam automobilismo e, assim que esta questão for resolvida, voltarão ao local de origem. Emerson lamenta muito o ocorrido, mas não se abate diante das dificuldades e está confiante na solução destes problemas.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.