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Alex Barros: filho tem talento no kart

Por Agencia Estado
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Vestindo um macacão azul, Lucas Barros, de 9 anos, marca, de dentro de um dos boxes do Kartódromo Internacional Aldeia da Serra, em Barueri, o tempo dos karts que estão na pista. Pouco depois, o garoto colocou o capacete com a ajuda do avô, Antônio Coelho, entrou no kart número 4 e foi correr. Saiu da pista com o melhor tempo do treino: 49s2. "O segundo fez 50 (segundos) cravados", comentou. Falante, Lucas gosta de explicar detalhadamente as suas corridas e demonstra que o amor à velocidade está no sangue. Filho de Alexandre Barros, único representante brasileiro no Mundial de MotoGP, ele pode repetir a história de sucesso que outras famílias brasileiras têm traçado nas pistas, como os Fittipaldis e os Piquets. Lucas conseguiu bons resultados até agora. Estreou no ano passado, na categoria cadete do Campeonato Paulista de Kart, e ficou na 4.ª posição da classificação geral. Em 2005, conseguiu sua primeira vitória, no dia 26 de fevereiro, em Interlagos. Sua próxima corrida será no dia 19, em Aldeia da Serra, onde geralmente treina de duas a três vezes por semana. O menino gosta de matemática e está na 3.ª série do ensino fundamental. Estuda de manhã e seus colegas de classe pedem para que leve fitas de vídeo com suas corridas. Quando não está treinando ou correndo, gosta de ver filme e dormir. "Passeio bastante com o meu pai quando ele está aqui. Vou ao cinema com ele e com a minha mãe." O pai, Alexandre, diz que nunca insistiu para que o filho seguisse seu caminho e conta quando percebeu o interesse de Lucas pelo esporte. "Um dia eu estava assistindo à Fórmula 1. O Lucas tinha uns dois anos, estava brincando pela casa, mas parou. Ficou olhando a TV, sentou do meu lado e viu a corrida inteira comigo." Ainda achou que o filho desistiria depois do primeiro tombo. Lucas mostra umas cicatrizes no joelho e desdenha: "Nem doeu." Filho de peixe... - Apesar do bom começo no kart, ele diz querer seguir os passos do pai. Como no Brasil não existem categorias infantis para motos, Lucas fez sua estréia sobre duas rodas em dezembro, na cidade espanhola de Almeria, no Mundial de Metrakit (tipo de moto utilizada). Largou em 10.º e passou a linha de chegada em 4.º. "Tirei um segundo por volta e quase passei os outros três, mas um retardatário me atrapalhou." Alexandre conta que Lucas ficou bravo de não ter subido no pódio. "Enquanto isso, eu vibrava." Piloto da Camel/Honda, Barros passa boa parte do ano fora do Brasil, por causa da temporada de MotoGP. Fica sabendo dos resultados de Lucas pela internet ou telefone. Quem acompanha o garoto é o avô Antônio, pai de Alexandre. "É como ver a história se repetindo. O Alexandre era mais sério, o Lucas é mais determinado". Sobre o futuro do neto, ele desconversa. "Admiro demais todos esses menininhos. São campeões." Como todo pai coruja, Barros é platéia para os feitos do filho. "Ele ainda é novinho, mas a mãe não queria, dizia que já bastava o marido correndo. Eu acho mais perigoso deixá-lo correr no trânsito. É um orgulho vê-lo na pista, mas o papai vai aprovar tudo o que ele quiser ser."

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