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Alonso costuma dizer o que pensa

Tudo sobre o GP do Brasil de F-1

Por Agencia Estado
Atualização:

Fernando Alonso faz sempre o tipo politicamente correto, como manda a regra da Fórmula 1. Ou quase sempre. Hoje, pode ser campeão do mundo e é bem possível que a direção da equipe Renault, bem como os patrocinadores, estejam preocupados. Tudo por causa da mania de dizer o que pensa, quando o que esperam dele, em dia tão especial, é que seja apenas o brilhante piloto com cara de bom menino. Dia de celebrar não é dia de criticar, mas nem sempre tem sido assim com esse asturiano de 24 anos, nascido em Oviedo. Em maio, em pleno GP da Espanha, já líder do campeonato, saiu-se com uma pérola: ?Não consigo ter vida pessoal. Não entendo a razão de tantos fotógrafos de plantão na frente de casa nem porque às vezes leio coisas que não disse. Acho que a imprensa espanhola é de má qualidade.? O início da história do piloto, tão eficiente na pista quanto contundente com as palavras, remonta aos 3 anos. O pai, o ex-mecânico Jose Luis Alonso, havia construído um kart para a filha Lorena, dois anos mais velha que Alonso. A menina não gostou do brinquedo, mas Fernando começou a se divertir com o kart rejeitado, já mostrando jeito para o negócio. Começou a correr de kart e a colecionar títulos em sua cidade e nas regiões próximas. Sem dinheiro para viajar de avião pela Europa para competições continentais, ia com o pai, de carro. ?Muitas vezes, eram horas de deslocamento?, lembrou Alonso pai. Para piorar, Alonso tinha de estar na escola segunda-feira de manhã. Perto de colher os resultados de todo o investimento pessoal, Alonso disse que pressão mesmo sentia naquela época, não agora. ?A pressão na F-1 não se compara à dos tempos do kart. Se não vencesse, minha carreira acabaria ali. Não me importo de ser campeão agora, com 24 anos, o mais jovem de todos, ou daqui a dois anos. Quero ser campeão, meu grande sonho.? Em Interlagos, no melhor estilo língua afiada, afirmou que há gente na Espanha que não quer que conquiste o título. ?Não sei quem, mas tem gente que vai se decepcionar?, afirmou. Quanto ao jeito descompromissado de expressar o que pensa, proibido na F-1 moderna, foi curto e grosso. ?Digo o que acredito ser verdade. Quem não quiser escutar, que não escute. Quem não quiser assistir às corridas na tevê, que passe para o canal de touradas. Eu, por exemplo, não gosto de golfe e troco de canal sempre que uma partida começa na televisão.?

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