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?Alonsomania? invade Barcelona

Por Agencia Estado
Atualização:

São gritos histéricos de meninas adolescentes, quase todas de boné azul e amarelo, torcedores adultos vestidos de toureiros, que fazem a "ola" enquanto cantam Alooonso, Alooonso, bandeiras enormes com a cruz da região de Astúrias agitadas o tempo todo, nada menos de 59 mil pessoas, em plena sexta-feira. E a disputa para valer mesmo no GP da Espanha começa apenas neste sábado, às 8 horas (horário de Brasília), com a primeira sessão classificatória, no Circuito da Catalunha. As manifestações calorosas de idolatria a Fernando Alonso, da Renault, vencedor das três últimas etapas do Mundial, se contrapõem às indiferenças até mesmo à vida que a Fórmula 1 cultua. "Só da nossa cidade, Oviedo, partiram 38 ônibus para cá, mas considerando toda Asturias, pouco mais de 200", diz Jose Vicente Garcia, presidente do Club F1 Oviedo. Dos 275 mil habitantes de Oviedo cerca de dez mil já estão ocupando as arquibancadas da pista catalã. "Usávamos o nome Fernando Alonso Fã Clube até ano passado, mas fomos obrigados a mudar porque Fernando registrou o nome, por razões comerciais, e nos proibiu", diz Garcia, 47 anos, professor de autoescola. A arquibancada N, ao lado da curva 9, uma das mais velozes, é a extensão da região que resistiu ao ataque dos mouros, ainda no século 8. E como símbolo dessa conquista adotaram a cruz amarela da vitória sobre o azul da bandeira, tão presente no Circuito da Catalunha. "Se dependesse de mim, disputaria uma corrida a cada 15 dias na Espanha", afirma Alonso, que parece não transferir para a pista a enorme expectativa dos 100 mil torcedores que o acompanharão no circuito neste sábado e as 110 mil previstas para domingo, na corrida, embore se irrite com a imprensa. "Vamos a quase todas as corridas aqui na Europa", lembra Garcia. A maioria dos torcedores da arquibancada N sugere ter realizado alguns sacrifícios para deslocar-se pelos 890 quilômetros de Oviedo a Barcelona, pagando por isso 350 euros pelo pacote de três dias. "Quase todos são trabalhadores simples, gente que ganha aí algo como mil euros por mês", diz Garcia. Carmem Fernandez, Marta Carrasco são mulheres que fazem parte do corso do Club F1 Oviedo. "Pagamos 6 euros por mês", se orgulham. Quem não pôde viajar para Barcelona tem a opção de assistir à corrida num telão instalado no Auditório Príncipe Felipe, em Oviedo. "Dispomos de 1.600 lugares e está sempre lotado", explica Garcia. O protocolo inibe os espanhóis de falar, mas Alonso desbancou ninguém menos de Letícia, a mulher do Príncipe de Astúrias, Felipe, filho do rei Juan Carlos, como celebridade de Oviedo. O título é honorífico. "Temos dois heróis no esporte, hoje, Alonso e Rafael Nadal (jovem tenista de 18 anos que surge com a força de um grande campeão)", lembra Jose Rubio, torcedor. Michael Schumacher, da Ferrari, se impressionou com as cores usadas para "pintar" o autódromo de Barcelona, o azul e o amarelo, as do time de Alonso também, Renault. "Que marketing", expressou o alemão, até que lhe recordassem que, por coincidência, são as cores da bandeira da Astúrias. Fernando Alonso e Michael Schumacher vão se enfrentar, neste sábado, na primeira tomada de tempo para o grid, como em Ímola. Ambos, porém, dizem que o maior adversário no GP da Espanha será Kimi Raikkonen, da McLaren, equipe mais veloz nesta sexta-feira, nas duas sessões livres, com o terceiro piloto, Pedro de la Rosa, e o ótimo tempo de 1min15s062. Schumacher, apenas o 13º, 1min18s042, confessou que se a Ferrari não conseguir tirar mais velocidade dos pneus numa única volta lançada, como neste sábado na classificação, terá outro GP difícil pela frente, semelhante às corridas da Malásia e de Bahrein. Alonso também se impressionou com a McLaren, embora destacasse que seu ritmo de corrida é "muito bom, apesar do nono tempo, 1min17s356.

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