A Fórmula 1 poderá sofrer novas baixas em seu grid, a exemplo das ausências da Marussia e da Caterham no GP dos Estados Unidos, se não reduzir rapidamente os seus custos. O alerta é do britânico Max Mosley, ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). "Não é mais uma competição justa", disse o ex-dirigente, em entrevista à rádio BBC. "O grande problema é que as grandes equipes têm muito mais dinheiro que as outras, como a Caterham e a Marussia. No final das contas, eles [times nanicos] serão forçados a deixar a categoria. E eles podem não ser os últimos a sair." Presidente da FIA entre 1993 e 2009, Mosley foi um dos pioneiros a sugerir um teto orçamentário na categoria, com o objetivo de reduzir os custos e nivelar os gastos das equipes. A ideia, contudo, não vingou em seus últimos momentos como dirigente. Para piorar, a mudança no regulamento técnico, com a entrada dos novos motores V6, aumentou ainda mais o gasto dos times.
Para tentar reequilibrar o jogo, o ex-presidente da FIA sugere dividir de forma igual o dinheiro arrecadado pela categoria e liberar toda forma de patrocínio às equipes. "Do ponto de vista esportivo, a F1 deveria dividir o dinheiro igualitariamente e aí deixar que cada um obtenha o patrocínio que puder", afirmou.
"Um time como a Ferrari sempre terá maior patrocínio que a Marussia, mas se eles receberem a mesma quantia de dinheiro, então todos vão começar do mesmo ponto, principalmente se você tiver um teto, no qual limita a quantidade de dinheiro que as equipes podem gastar", comentou.
Marussia e Caterham anunciaram nos últimos dias que não terão condições de competir em Austin, no fim de semana. Em dificuldades financeiras, as equipes foram colocadas sob administração judicial e os novos diretores optaram por concentrar as atenções na busca por soluções nos próximos dias, ao invés de se deslocar até os Estados Unidos.