PUBLICIDADE

Publicidade

Após duas corridas, e a Ferrari, hein?

Por Agencia Estado
Atualização:

Seria o caso de se perguntar, agora, depois de disputadas duas etapas do Mundial: e a Ferrari, hein? Em 2004, passadas as provas da Austrália e da Malásia, Michael Schumacher e Rubens Barrichello haviam somado 33 pontos, decorrentes de duas vitórias do alemão e um segundo e um quarto lugar de Rubinho. Primeira entre os construtores. Este ano, tudo o que o time italiano conseguiu foi 10 pontos, fruto da segunda colocação de Rubinho em Melbourne e a sétima de Schumacher neste no GP da Malásia, o que a coloca em quarto entre as equipes. "Não há desculpas depois de uma corrida como esta. Sabíamos desde a classificação que não seria nada fácil para nós aqui. Fomos vencidos por adversários que se demonstraram mais velozes", afirmou Jean Todt, diretor geral da Ferrari, resignado com o fraco desempenho da escuderia no circuito de Sepang. Michael Schumacher disse que não é a hora de ficar identificando um culpado pelo difícil início de temporada, como que isentando a Bridgestone pelos pneus pouco eficientes produzidos para o calor elevado malaio. "Vamos nos concentrar no novo carro. Não vejo a hora de conhecer seu potencial." Nesta segunda-feira Luca Badoer o testará em Mugello e já na terça Rubinho pilota o F2005 pela primeira vez. Quarta-feira é a vez de Michael Schumacher. Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, confirmou neste domingo o que havia dito a alguns jornalistas italianos um dia antes: "A F2005 já é um segundo mais rápida que a F2004M (carro atual)". Mas reconheceu: "Vamos precisar trabalhar duro como nossos parceiros para reverter a situação experimentada até agora." Seu recado é claro à Bridgestone. A estabilidade que havia no regulamento dos pneus fez com que o fato de a Bridgestone ter apenas a Ferrari como equipe de ponta favorecesse os dois. Os pneus eram desenvolvidos especialmente para o carro de Schumacher e Rubinho. As regras mudaram drasticamente. E isso está exigindo muitos testes. Inversão - Mas a Bridgestone conta apenas com a Ferrari para treinar, já que Jordan e Minardi, suas outras escuderias, não testam nunca por falta de recursos. Assim, Renault, Toyota, McLaren, Williams, Red Bull e Sauber, parceiras da Michelin, já realizaram quatro vezes mais quilômetros em testes que a Ferrari. O que antes era uma grande vantagem para a associação Ferrari-Bridgestone é hoje uma enorme desvantagem. "Quem conhece o potencial da Ferrari e de Michael Schumacher sabe que essa situação pode ser revertida em breve", comentou Willi Weber, empresário do piloto. Brawn concorda, mas avisou: "Não será de uma hora para outra." O engenheiro explicou que a redução da altura do perfil extrator, que é a curvatura do assoalho na porção traseira, estabelecida pela FIA para este ano, exigiu, no caso da Ferrari, o projeto e a construção de uma nova caixa de marchas, daí a equipe não ter como iniciar o campeonato com o carro novo. A adaptação realizada na F2004 para abaixar o assoalho é uma das razões principais, segundo contou, de a F2004M, o modelo modificado, não ser tão veloz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.