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Autódromo em Le Castellet tem lotação máxima para celebrar volta da F-1 à França

Torcida francesa se animou com o retorno da prova ao calendário da categoria

Por Rafaela Borges e Le Castellet
Atualização:

O circuito de Paul Ricard, na vila medieval de Le Castellet, na região francesa de Provence, esperou 18 anos para voltar a sediar a Fórmula 1. Neste domingo, porém, se tornou o palco do primeiro GP da França em dez anos, vencido pelo inglês Lewis Hamilton, e contou com presença em massa da torcida, que garantiu lotação máxima.

De 1990, data da última prova em Le Castellet, até 2008, quando foi disputado o derradeiro GP da França, esse evento ocorreu em Magny Cours. No período, Paul Ricard ficou fora do calendário da principal categoria do automobilismo, mas jamais perdeu seus fãs. O autódromo, considerado um dos principais templos do automobilismo mundial, foi sede de provas de motociclismo e longa duração. Além disso, abriu suas portas ao público para experiências de direção, inclusive ao volante de carros da Fórmula 1.

Torcida lota arquibancadas do circuito. Foto: Yoan Valat/EFE

Uma das razões da escolha de Paul Ricard para voltar a sediar o GP da França foi a localização. Embora Le Castellet seja uma pequena vila de 4 mil habitantes com apenas dois hotéis, está em uma região bastante turística, e também com algumas cidades grandes (a principal é Marselha, com quase 1 milhão de habitantes).

Nessa zona da Provença, em um raio de até 60 km de Le Castellet, há excelente cadeia hoteleira, capaz não apenas de acomodar os cerca de 5 mil profissionais da Fórmula 1, mas também o público que vem de várias partes da França e da Europa (principalmente da Itália e da Espanha). Segundo a organização, em três dias o circuito recebeu 150 mil pessoas (sendo 65 mil, lotação máxima, no domingo).

Já Magny Cours ficava em uma região remota, obrigando os profissionais da categoria a se acomodarem em quartos alugados em casas da região. Alguns dirigentes e pilotos (inclusive Ayrton Senna) costumavam se hospedar em Lyon, a cerca de 200 km. Para o autódromo, iam e voltavam de helicóptero.

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NOVA FÓRMULA 1

A Liberty, dona da Fórmula 1 e organizadora do espetáculo desde o início de 2017, investiu pesado na missão de dar uma nova cara à categoria durante o GP da França. O país, junto com Inglaterra e Alemanha, é um dos que mais cultuam o automobilismo.

No autódromo, foram organizadas várias atrações extra-pista. Havia uma área que reproduzia uma vila provençal, com comidas e bebidas típicas da região. Em outro local do autódromo, o público pôde se divertir com atividades como simuladores e karts (Paul Ricard tem uma pista destinada a esta atividade).

No domingo, antes da prova, o empolgado público que lotou a arquibancada cantou, a plenos pulmões, o hino nacional francês, La Marseillaise, em manifestação que lembrou muito as do público brasileiro durante os jogos do País na Copa de 2014. Foi um momento comovente.

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Os torcedores que lotaram as arquibancadas, munidos de bandeiras da França que formaram uma bela imagem, se mostraram empolgados com os diversos pilotos franceses da categoria, bem como com a equipe local, Renault. A torcida da Ferrari também se fez ouvir em Paul Ricard. Além de o time ter fãs clube em toda a Europa, essa parte do país é bastante próxima da região italiana da Liguria.

Também antes da corrida, houve shows de acrobacias aéreas (há um aeroporto ao lado do autódromo) e até um "homem voador", a bordo de um drone.

Após o encerramento das atividades automobilísticas (o fim de semana contou com corridas de categorias como GP3 e Fórmula 2), o público pôde conferir um show do DJ francês David Guetta, em palco montado diante da pista.

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Uma mostra de que a nova Fórmula 1 casa muito bem com um dos públicos tradicionais da categoria, bem como com um templo histórico do automobilismo. Paul Ricard, apesar de veterano, se modernizou bastante. Há um novo e moderno prédio que abriga camarotes, exposição de fotos de corridas e até salas de conferência.

EM BAIXA

Um ponto baixo do evento francês é a falta de transporte público não rodoviário para Le Castellet. Diferentemente do que ocorre na maioria dos locais da Europa que recebem a Fórmula 1, não há trens para vilarejo.

Isso leva o público a usar seus automóveis para chegar a Paul Ricard. Alguns optam por ônibus e vans fretadas.

Como o vilarejo é acessado apenas por estreitas estradas vicinais, o trânsito é tão intenso que acabou fazendo muita gente perder parte do evento. Na sexta-feira, dia de treinos livres, houve pessoas que demoraram 7 horas para percorrer 10 quilômetros.

No sábado, a organização do evento e prefeituras de cidades das imediações tomaram medidas para amenizar o estresse da chegada e diminuir os congestionamentos.

Porém, nesse dia, o problema foi a saída. Em alguns horários, quem estava de carro perdia, em alguns horários, até uma hora e meia para rodar apenas 5 km. A polícia francesa fez uma grande confusão com o gerenciamento do tráfego. No domingo, no entanto, os problemas foram solucionados.

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