‘Brasil está perdendo tempo ao não acertar com a Fórmula E’, diz Massa

Segundo o piloto, País perde chances no lado esportivo, nos negócios e também na questão da sustentabilidade

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Por Felipe Rosa Mendes
Atualização:

Prestes a iniciar sua segunda temporada na Fórmula EFelipe Massa acredita que o Brasil está desperdiçando oportunidade importante ao falhar em sediar uma das etapas da principal categoria de carros elétricos do mundo. Na avaliação do vice-campeão mundial de Fórmula 1, o País perde chances no lado esportivo, nos negócios e também na questão da sustentabilidade.

“Como brasileiro e agora com um pouco mais de experiência na categoria, posso dizer que o Brasil está perdendo tempo em acertar logo”, afirma o piloto. “Se ver o número de empresas que estão entrando na F-E... e todas acreditam no futuro. Não apenas pelo lado da competição mas também pelo lado verde, da mobilidade urbana, da sustentabilidade. E precisamos muito disso no Brasil.”

Felipe Massa vai disputar sua segunda temporada naFórmula E Foto: Rodrigo Garrido / Reuters

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Para Massa, o custo-benefício de sediar uma das etapas do campeonato é muito positivo. “O custo de ter uma corrida de F-E no Brasil é tão pequeno em relação àquilo que se pode receber e que pode ajudar no desenvolvimento desta área. Seria importantíssimo o Brasil se adiantar e entrar no calendário para a próxima temporada o mais rápido possível”, diz.

O Brasil já esteve perto de sediar uma corrida da categoria por duas vezes, no Rio de Janeiro e em São Paulo. A capital paulista foi quem esteve mais próximo de receber a prova, em março de 2018, mas cancelou de última hora. O processo de privatização do Anhembi, que seria o local da corrida de rua, inviabilizou a assinatura do contrato.

Nos últimos meses, cidades como Belo Horizonte e Brasília também se candidataram a receber a prova, sem sucesso até agora. “Acho que existe uma chance grande ainda e espero que isso aconteça. É um País que tem dois pilotos correndo no campeonato. Na F-1, por exemplo, não tem nenhum”, argumenta Massa – o outro piloto é Lucas di Grassi.

Em sua segunda temporada na categoria, o brasileiro espera ter mais oportunidades de brilhar. Na primeira, obteve apenas um pódio e terminou o campeonato na 15ª colocação geral. “A expectativa é, sem dúvida, melhor do que a primeira temporada. Continuo melhorando, evoluindo na categoria, com mais experiência agora.”

O grande trunfo de Massa na nova temporada será a parceria entre a sua equipe, a Venturi, e a Mercedes, uma das duas estreantes no campeonato. “Será tudo novo. Em teoria, é a mesma equipe, mas com todo o lado técnico novo, da Mercedes. Teremos um desenvolvimento importante pela frente. Espero que seja rápido. O potencial da equipe hoje é muito maior em função desta parceria”, diz.

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Nos testes da pré-temporada, realizados em Valência neste mês, a Venturi não chegou a se destacar. Mas isso não desanima o piloto. “Aquele circuito não é referência para nós porque no campeonato corremos em traçados de rua. Vamos ter que esperar pela primeira corrida para saber como estamos. Espero que tenhamos um carro competitivo logo no começo, mas é difícil prever isso agora. Espero que tenha chances de brigar por vitórias e, quem sabe, pelo campeonato”, projeta.

A sexta temporada da Fórmula E terá início com uma rodada dupla, na Arábia Saudita. A capital Riad vai receber as duas primeiras corridas nos dias 22 e 23 de novembro. A única etapa na América do Sul será em Santiago, no Chile, em 18 de janeiro. 

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