Publicidade

Brasil tem duas "caras novas" no Dacar

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A dupla Paulo Nobre (piloto) e Dico Teixeira (navegador) estreará no Rali Dacar, principal prova off-road do mundo, com largada no dia 31, em Lisboa, em Portugal, e chegada em Dacar, no Senegal. A prova bateu o recorde de participantes ? 725 veículos inscritos contra 693 de 2004. O navegador já está na Europa acertando os detalhes para a prova. Paulo viaja no dia 26 e está tão ansioso como em outras duas provas de sua vida: a estréia em rali de regularidade (Mitsubishi Motorsports) em 1999 ? porque nunca tinha dirigido um 4X4 e sentia medo de se perder, de não chegar; e sua primeira corrida de velocidade, em 2001. ?Agora, a sensação é a mesma. Vou para o Dacar para completar. Não quero me perder, atolar, quebrar no meio do nada?, diz Paulo, que deve ir a Fortaleza, no Ceará, para treinar na areia. O desgaste físico também preocupa. O percurso é de 9.043 quilômetros, passando por Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia, Mali, Guiné e Senegal. Nas provas de rali que Paulo Nobre disputou no Brasil ? Rali dos Sertões, Brasileiro de Cross Country, Mitsubishi Cup, Brasileiro e Sul-Americano de Velocidade ?, os trechos de deslocamento tinham no máximo 400 quilômetros. ?Só vou saber se estou bem fisicamente quando chegar lá. Não sei como meu corpo vai reagir com as mudanças de temperatura, calor de 60 graus pela manhã, menos dez à noite. Será um teste?, diz. Em sua preparação, o piloto alterna corrida e musculação. ?Só depois de competir no Dacar vou saber o que posso melhorar para o próximo ano.? Foi na primeira prova de velocidade, em 2001, que o piloto conheceu o navegador Teixeira. Na época, não conhecia ninguém do mundo do rali. Os dois ?falaram a mesma língua? e sobre o mesmo sonho de disputar uma edição do Dacar, quando se conheceram. Conseguiram colocar em prática o projeto ? boa parte bancada por eles. O carro, que está para ser alugado na Europa, é um Nissan Patrol GR, preparado pela equipe italiana Promotech Rally Raid. ?Ainda sou um piloto que coloca dinheiro para correr. É um esporte fascinante, mas precisa ser descoberto pelo público. No caso do dinheiro, o Dico banca as despesas dele e eu, as despesas do carro?, conta Paulo, que é formado em Direito mas atua na área de Administração. Piloto que sonhava em ser jogador de futebol, Paulo Nobre não tinha passagem por nenhuma categoria do automobilismo até 1999. Agora em 2005, Paulo chegou ao título de campeão sul-americano de rali de velocidade com Patrícia Romanatti. ?Foi um ano de grande satisfação na velocidade. E vou começar o ano com o sonho de todo ralizeiro.? Sonho que quase teve de ser adiado. Com o fechamento das inscrições em maio, a dupla teve de correr atrás de uma vaga que ainda estava em aberto, que então foi ocupada há dois meses. Na bagagem, já é certo: a dupla levará uma bandeira do Brasil com o símbolo do Palmeiras ? Paulo Nobre é conselheiro do clube. E ainda, para divulgar o time paulistano, camisas personalizadas para alguns pilotos estrangeiros, com os números de seus respectivos carros.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.