SÃO PAULO - Cada tipo de automobilismo tem sua categoria máxima na Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Entre os monopostos há a Fórmula 1. Entre os carros de turismo off-road o Mundial de Rally. Entre os carros de turismo que enfrentam as pistas, a GT Series. Pela primeira vez, o Brasil terá uma equipe 100% nacional – dos pilotos, passando por engenheiros e mecânicos – na competição: a BMW Sports Trophy Team Brasil.
Cacá Bueno e Allam Khodair pilotarão um dos carros nas seis etapas da Sprint Series enquanto Ricardo Zonta e Sérgio Jimenez vão comandar outro. A estreia será dia 1º em Nogaro, França. Depois serão realizadas corridas na Bélgica, Holanda, Eslováquia, Espanha e o encerramento da temporada será um local a ser anunciado, no Oriente Médio. Khodair e Cacá estão animados com o novo desafio, que será enfrentado paralelamente à Stock Car brasileira da mesma forma que Zonta, que já foi campeão da GT Series em 1998, e Jimenez, que disputou algumas etapas da categoria em outras temporadas.
“A equipe será 100% brasileira, dos pilotos, passando pelos engenheiros e até os mecânicos - um grupo de 20 pessoas. Será a chance de a gente abrir portas para um novo mercado. Para mim é o equivalente a entrar na Fórmula 1”, diz Cacá Bueno. Segundo o piloto, a atual temporada será de aprendizado pois todos terão de conhecer melhor as pistas e as condições de trabalho para que, no ano que vem, além da Sprint Series o grupo também dispute a Endurance Series que, tem entre suas etapas eventos famosos como as 24 horas de Le Mans. A sede da equipe BMW Sports Trophy Team Brasil, que tem apoio da BMW brasileira e do banco BMG, será em Barcelona.
“Esse projeto é como estar na Fórmula 1 para a gente”, diz Khodair. “É como se fosse uma seleção brasileira, com equipe 100% brasileira. O projeto chegou como se fosse um sonho para mim”, disse o piloto, explicando que, a partir do momento que trocou os monopostos pelos carros de turismo, a GT Series é o máximo que poderia almejar.
A diferença entre os carros da categoria disputada no Brasil e no exterior é pequena e está mais nas condições das pistas – ainda pouco conhecidas de mecânicos e engenheiros – e de ligeiras diferenças de regulamento. “A gente tem 10 minutos a mais de prova e a troca de pilotos no Brasil é feita em dois minutos – então você tem uma tranquilidade para amarrar o cinto (de segurança). Na GT Series (Internacional) o piloto tem de trocar sozinho”, conta Jimenez. O detalhe, segundo o piloto, exige que a dupla tenha bastante sintonia na hora da mudança. “Isso pode decidir uma corrida.”